Um dos delatores do esquema de corrupção da Petrobras, o lobista Fernando Soares afirmou em depoimento à força-tarefa da Lava Jato que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu cerca de R$ 5 milhões em espécie, em seu escritório no Rio, além de crédito de R$ 300 mil em horas de voo em jato particular.
Soares, que é conhecido como Fernando Baiano, afirma que o dinheiro era fruto de desvio de verbas de contratos para a fabricação de navios-sonda para a Petrobras.
Em seu depoimento, prestado no dia 10 de setembro, Baiano detalha como teriam sido feitos todos os pagamentos ao peemedebista, a partir de 2011. Seriam todos em espécie, em cinco ou seis entregas no escritório do parlamentar, na avenida Nilo Peçanha, no centro do Rio. De acordo com Baiano, em todas essas visitas ao escritório do parlamentar, o dinheiro foi entregue a uma pessoa identificada como Altair Alves Pinto.
De acordo com o relato de Baiano, Cunha passou a receber os pagamentos porque aceitou ajudá-lo a cobrar de outro lobista, Júlio Camargo, dívida que este teria relativa ao negócio com os navios sondas.
Segundo as investigações, Pinto é comerciante, nascido em Muqui (ES) e tem 67 anos. Ele colaborou com R$ 28,7 mil para a campanha de Eduardo Cunha, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). De acordo com Baiano, Altair "aparentava ser um assessor ou uma pessoa de confiança, até mesmo porque todos os valores entregues no escritório [de Cunha] foram para Altair".
Segundo a investigação da PGR, que consultou o registro de entrada de visitantes na Câmara dos Deputados, Altair visitou Eduardo Cunha no Congresso em 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário