O Governo do Ceará entregou, nesta terça-feira (16), 237 fogões industriais e 50 refrigeradores a cozinhas solidárias do Programa Ceará Sem Fome atuantes em 73 municípios do Interior. A entrega ocorreu na sede da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), em Fortaleza, com as presenças do governador Elmano de Freitas; da primeira-dama e presidente do Comitê Intersetorial de Governança do Programa, Lia de Freitas; do procurador-geral de Justiça do Ceará, Haley Filho; do secretário da SDA, Moisés Braz; entre outras autoridades.
Os equipamentos foram adquiridos em parceria com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da transferência de R$ 4,6 milhões oriundos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDID).
Elmano de Freitas agradeceu ao MPCE pela decisão de apoiar o combate à fome no Ceará. “Estamos entregando mais de 100 mil refeições todo dia ao povo cearense. Também estamos muito orgulhosos porque vamos dar um passo à frente, que é de garantir oportunidade de emprego e renda para as famílias que hoje recebem a quentinha”, enfatizou o governador.
A parceria para fortalecer o Ceará Sem Fome também foi destacada pelo procurador-geral de Justiça do Ceará, Haley Filho. “Os direitos à vida e à alimentação são a base da dignidade humana. O Ministério Público se orgulha de ser um dos apoiadores do Ceará Sem Fome, que é fruto do diálogo propositivo e contributivo entre o poder público e a sociedade civil, unindo esforços e recursos para combater a fome e a insegurança alimentar em nosso estado”, ressaltou.
Entre os critérios definidos para a disponibilização dos equipamentos foram considerados a situação atual dos equipamentos ou mesmo a carência de fogões e refrigeradores adequados para o trabalho das cozinhas. Outro ponto também é a quantidade de beneficiários em cada município. Essa avaliação foi realizada pela equipe técnica do Ceará Sem Fome junto às próprias cozinhas e também às Unidades Gerenciadoras.
“Os novos equipamentos vão otimizar o tempo de produção para manter o padrão de qualidade das refeições. Nossos voluntários são ótimos cozinheiros e cozinheiras. Vamos continuar a apoiá-los com equipamentos e qualificação profissional”, afirmou Lia de Freitas, primeira-dama e presidente do Comitê Intersetorial de Governança do Programa.
O secretário Moisés Braz falou da importância dessa rede. “O Ceará Sem Fome, por meio das cozinhas solidárias, consegue chegar a todos os municípios cearenses. Todos do Ceará abraçaram esse Programa”, completou.
Para apoiar quem faz muito
O fogão industrial e o refrigerador são fundamentais para aumentar a qualidade das refeições preparadas pela cozinha solidária da Associação dos Moradores do Sítio Rodeador, no distrito de Ponta da Serra, no Crato, na Região do Cariri.
Segundo Cicélia Lima Alves, de 51 anos, que é presidente da Associação e há muitos anos desenvolve o trabalho social junto à comunidade, 12 voluntários preparam as 100 refeições diárias dentro do Ceará Sem Fome. “A gente tem um fogão velhinho daqueles de quatro bocas, né? Só que as bocas não estão muito boas. Também temos um fogãozinho a carvão, numa latinha, que eu sempre dizia às pessoas que era meu fogão industrial, porque ajudava, mas essa semana ele já ia cair”, contou.
Agora, Cicélia terá mais condições para garantir segurança alimentar às famílias atendidas. “Sou cadeirante há 31 anos, mas não deixo [o voluntariado], não desisto. Quando eu soube que a gente ia ganhar o refrigerador e o fogão, você não imagina o tamanho da emoção e a alegria que senti, porque é maravilhoso. Só tenho a agradecer em nome da minha comunidade”, disse.
Sentimento também compartilhado por Francisco Belo Filho, 64, presidente da Associação Comunitária de Belamarte, na zona rural de Icó, no Centro-Sul cearense. “Nosso fogão era antigo e a geladeira emprestada. Uma geladeira moderna ajuda a manter os alimentos do jeito que é para ser. Eu agradeço muito, porque o Ceará Sem Fome chegou em uma boa hora. Fico satisfeito com esse trabalho junto à minha comunidade, que tem 95 famílias e precisa muito”, afirmou Francisco.
Quem também comemorou a chegada do fogão industrial foi Ana Cássia Ferreira, 48, voluntária da Cozinha Mãos Quilombola, localizada no bairro Nova Aldeota, em Tauá, no Sertão dos Inhamus. A cozinha, segundo ela, surgiu da união dos voluntários da comunidade, da Associação Quilombola Consciência Negra e da Igreja Nossa Senhora de Fátima.
“Ao lado da Igreja, nós tínhamos um espaço com dois fogões caseiros. E cada um foi doando uma panela, um tacho, uma bacia maior. Assim a gente teve toda uma estrutura montada para dar esse início [no Ceará Sem Fome]. Depois, com recurso do Programa, compramos um freezer. O fogão industrial vai nos ajudar muito”, disse Ana Cássia.
Ceará Sem Fome
O Programa Ceará Sem Fome tem 1.080 cozinhas solidárias distribuídas em todas as regiões do estado, produzindo mais de 100 mil refeições diárias para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Além disso, o cartão do programa beneficia famílias que recebem, mensalmente, o valor de R$ 300 para aquisição de alimentos.
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