Uma pesquisa realizada em 144 farmácias e com 556 pacientes revelou que os hábitos de compra dos fortalezenses passam por mudanças. O consumo de medicamentos na Capital, em 12 meses, está em 1,3 caixa por pessoa, abaixo da média nacional de 2,6 caixas. Mas, por outro lado, a ingestão de medicamentos por paciente aumentou de 14,6 para 15,4 em período de três anos.
Sobre o resultado de Fortaleza na pesquisa, o diretor do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Farmácias, Drogarias, Perfumarias, Similares e Manipulações do Ceará (Sindifarma-CE), Edilson Martins, avalia que a média menor que a do País está relacionada ao hábito cearense de buscar remédios alternativos.
"No Ceará, os medicamentos naturais sempre foram bem fomentados. A questão dos fitoterápicos, terapias alternativas, que estão tendo fomento pelas redes sociais por pessoas que buscam vida mais saudável e natural", diz ele, que também é doutor em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Para a pesquisa, foram consultados pela ePharma (empresa de gerenciamento de planos de medicamentos) usuários de programas empresariais de assistência farmacêutica. Em um ano, 8.599 remédios foram adquiridos pelos participantes do levantamento.
A média de consumo é atrelada ao ano de 2018 e também revela que os remédios mais prescritos são os de tarja vermelha (50% do total), seguido pelos isentos de prescrição médica (41%), e os de retenção, com tarja preta ou antibióticos (9%).
A maior conscientização no momento de comprar mostra que campanhas federais sobre o cuidado ao consumir remédios têm resultado. "Até por isso os medicamentos mais vendidos são aqueles de venda livre, que não exigem receita", diz Edilson. Nas farmácias pesquisadas, os mais vendidos foram o Dorflex, Multigrip e o Allegra. Nenhum deles requer prescrição médica.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE), Antônio Félix, que a demanda é percebida no mercado. "O aumento do faturamento se deu em virtude do processo virótico (gripe)".
Apesar do consumo de medicamentos abaixo da média, o número de farmácias cresce baseado na diversificação da oferta. "O aumento dos produtos nas farmácias alavanca faturamento, com promoções e repasses dos descontos fornecidos pela indústria", avalia Félix.
Edna de Albuquerque, gerente da Farmácia Fortal Farma, de frente à Praça do Ferreira, acrescenta que as pessoas estão "priorizando gastos com as coisas mais básicas do dia a dia e gastam com remédios quando uma criança adoece ou em casos de emergência".
OPOVO
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