Principal avaliação de educação básica do mundo, o Pisa 2015, divulgado nesta terça-feira (6) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostrou que o desempenho dos alunos brasileiros ainda é um dos mais baixos entre os mais de 70 países e territórios analisados pelo levantamento. Nesta realidade, porém, o Ceará se destacou entre os estados do Brasil, já que não ficou abaixo da média nacional em nenhuma disciplina observada no estudo.
Em Ciências, por exemplo, o Ceará obteve 401 pontos no Pisa 2015, exatamente igual à média do País para o período. O Estado também registrou 382 pontos em Matemática e 409 pontos em Leitura, médias superiores ao resultado nacional nas duas disciplinas, de 377 e 407 pontos, respectivamente. Com essas notas, o Ceará também foi o estado do Nordeste que obteve o melhor desempenho nas três disciplinas analisadas.
Em Leitura, disciplina em que o Estado obteve sua melhor pontuação (409), o Ceará ficou 15 pontos à frente de Pernambuco, segundo colocado do Nordeste no ranking da OCDE. Em Matemática, os alunos cearenses obtiveram 22 pontos a mais do que os pernambucanos, enquanto que em Ciências a discrepância foi de 18 pontos, informou a edição 2015 do Pisa.
Nordeste não vai bem
O Nordeste, aliás, foi a região que registrou o pior desempenho no Pisa 2015, posto queMaranhão, Bahia e Alagoas aparecem com as menores pontuações do País em todas as disciplinas. Para se ter uma ideia, a discrepância entre Alagoas – último colocado no ranking – e Espírito Santo – o primeiro lugar – em Leitura é de 79 pontos, o que, segundo a OCDE, corresponde a mais de dois anos de aprendizado, já que 30 pontos equivale a um ano letivo.
O desempenho da região foi tão ruim que em matemática, por exemplo, o Ceará foi o único estado do Nordeste com nota acima da média nacional. “Essa desigualdade interna revela uma desigualdade grande do País, inclusive do ponto de vista social e econômico”, afirmou a secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
País longe do topo
Nacionalmente, o Pisa 2015 indica estagnação no desempenho escolar dos alunos brasileiros, com resultados ainda em níveis muito baixos diante de os demais países analisados. Pela segunda edição consecutiva, inclusive, as médias dos alunos brasileiros não avançaram nas três áreas avaliadas pela OCDE.
Em matemática, por exemplo, o Brasil ocupa a 65ª posição entre os 70 países e territórios avaliados na disciplina. Fica atrás, por exemplo, de México, Colômbia e Albânia. Só supera a República Dominicana, Argélia, Kosovo, Tunísia e a região da antiga Iugoslávia/Macedônia – que foi vista como um território.
Mais de 70% dos alunos brasileiros, aliás, não conseguiram alcançar o nível 2 da avaliação, em uma escala que vai até o 6. A maioria dos alunos brasileiros não é capaz, por exemplo, de interpretar e reconhecer situações em contextos que não exigem mais do que uma inferência direta. A OCDE considera o nível 2 o mínimo adequado para exercer a cidadania.
O Pisa 2015 avaliou mais de 540 mil estudantes, amostra considerada representativa de 28 milhões de jovens na faixa etária de 15 anos. No Brasil, fizeram o teste cerca de 23 mil estudantes de 841 escolas. A maior parte (78%) estava no ensino médio. O teste avalia as redes pública e privada, mas 74% daqueles que fizeram a prova está na rede estadual.
DN Online
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