quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Dívida dos aposentados em empréstimos consignados chega a R$ 1,6 bi no Ceará

Visto como a solução por alguns idosos, o crédito consignado é avaliado como o grande vilão do endividamento dos aposentados, podendo comprometer o orçamento de uma família e desenvolver dívidas ainda maiores. No Ceará, ao final do ano passado, era contabilizado cerca de R$ 1,6 bilhão em financiamentos ativos dessa modalidade, distribuídos em 545.594 operações de crédito, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A proposta de quem oferece esse tipo de operação de crédito é sempre a liberação do dinheiro com muita facilidade e rapidez, além de juros mais baixos que os cartões e prazos mais curtos. O desconto da prestação é feito automaticamente na aposentadoria ou da pensão. No entanto, o que muitas vezes aparenta ser a salvação é apenas o início de um problema ainda maior.

Atualizadas em novembro de 2015, as taxas máximas são de 2,34% ao mês, para o empréstimo, e 3,36% ao mês, para o cartão consignado. A renda a ser comprometida não pode ultrapassar 35% do valor da aposentadoria ou pensão recebida pelo beneficiário, sendo 5% destinados exclusivamente para a amortização de despesas contraídas por meio da modalidade cartão de crédito - respeitando o prazo de até 72 meses (seis anos).

De acordo com a presidente do núcleo cearense da União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unapeb), Mônica Maria da Silva, as mudanças aprovadas pelo governo no final do ano passado dificultaram ainda mais uma situação que já era adversa. "Além de aumentar os juros, ampliou o tempo em que o aposentado fica com o rendimento reduzido. Isso está afundando os idosos em dívidas", destacou.

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