Há oito anos um crime bárbaro cometido contra dois jovens médicos chocava a cidade de Iguatu e toda região Centro-Sul.
O blog do Lindomar Rodrigues relembra o assassinato dos irmãos Marcelo e Leonardo, mortos em 17 de Março de 2007 por motivo torpe, pela intolerância de um homem até então “da lei”.
O caso
Era madrugada de sábado, quando os filhos do médico Nelson Benevides e Célia Moreno estavam em um grupo de amigos, reunidos numa churrascaria em Iguatu, situada na avenida Perimetral. Uma das vítimas teria saído da mesa para urinar atrás dos carros parados na lateral do estabelecimento, em uma espécie de estacionamento.
De acordo com o inquérito policial, a namorada do assassino teria avisado que alguém estava “urinando na porta de seu carro”. O capitão da PM, Daniel Bezerra Gomes, na época com 32 anos, que também estava na churrascaria se levanta e vai de encontro ao jovem, tirar satisfação. Ambos começam a discutir. Daniel bastante nervoso, segundo testemunhas, ofende o médico e começa o agredir. Durante a luta corporal, Leonardo cai no chão. O então capitão saca uma arma presa num coldre na perna e atira contra o jovem, caído ao chão, indefeso.
De longe, Marcelo ver a cena e corre para tentar socorrer o irmão. No entanto, ele foi igualmente baleado e morto friamente. As vítimas ainda chegaram a ser socorridas pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Regional de Iguatu, no entanto, não resistiram aos ferimentos.
Naturais de Mombaça, os jovens de 24 e 26 que se formariam naquele ano em medicina foram sepultados no dia seguinte, na cidade natal.
Assassino
Horas após o crime, Daniel se apresenta espontaneamente à Delegacia de Jaguaribe e depôs dizendo que tentou se defender. Ele ainda teria dito que a arma utilizada no crime estava em poder de um dos jovens.
Quatro anos, oito meses e 22 dias após o crime, o ex-capitão sentou-se no banco do réus sendo condenado pelo 4º Tribunal Popular do Júri de Fortaleza, a 46 anos de prisão pelo duplo homicídio. A sentença foi proferida pela juíza Danielle Pontes de Arruda Pinheiro, já na madrugada do dia 08 de Dezembro de 2011. A morte dos jovens que sonhavam em ajudar a sociedade com a profissão inspirada no pai, comoveu uma legião de pessoas. Parentes, amigos, médicos e milhares de pessoas que nem mesmo os conheciam entraram em luto naquela fatídica noite.
Hoje, após oito anos, os irmãos permanecem vivos na memória e coração de muitos. Seu pai, Nelson Benevides, segue medicando e salvando vidas, a exemplo de sua mãe, Célia Moreno Benevides, que também atua na área da saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário