Pedro Alves estava trabalhando em uma patrulha policial que montou uma barreira na localidade de Varjota, periferia de Iguatu, na noite de 20 de setembro de 2007, quando ocorreu o crime que obteve ampla repercussão em Iguatu.
Os irmãos Sharles Reinam do Nascimento e Antônio Josemar do Nascimento Júnior seguiam em uma motocicleta, quando foram abordados por policiais militares. Um deles transportava uma espingarda de ar-comprido. O condutor não obedeceu a ordem dos policiais para que parassem. O policial Pedro Alves efetuou disparos de fuzil. Um disparo atingiu nas costas, Sharles Reinam, que morreu em seguida. Josemar sofreu ferimento leve.
Naquela noite houve dois crimes em Iguatu, homicídio e latrocínio, e os policiais militares estavam realizando buscas. Havia informação de que dois suspeitos haviam fugidos em uma moto.
O júri popular acolheu os argumentos dos advogados de defesa, Mário Leal e João Honorato. “Argumentei duas teses, mostrando que o homicídio foi culposo e sob estrito cumprimento do dever legal putativo, isto é, imaginário, pois o réu imaginou que os dois rapazes eram os bandidos fugitivos. Um deles conduzia uma espingarda, era de noite, a rodovia estava em construção, havia poeira, e não dava para perceber que era uma arma de ar-comprido”, explicou Mario Leal. A vítima foi absolvida da acusação de crime de lesão corporal contra Josemar.
O promotor de Justiça, Naelson Barros Marques Júnior, argumentou que o homicídio era doloso, quando há intenção de matar. O Ministério Público contou com duas assistências, os advogados, Iran Santos e Jane.
Os parentes e amigos da vítima demonstraram descontentamento com o resultado do julgamento e consideram a pena reduzida.
O militar Pedro Alves disse que estava feliz com o resultado. “Quero viver a minha vida em paz e peço perdão a família da vítima, pois não fiz nada por maldade, mas porque estava no meu trabalho e teve uma grande sequências de erros naquela noite”, disse. Pedro Alves foi reformado, após o crime, porque ficou com depressão. Na PM ele era músico e treinava bandinhas de música em municípios.
DN Centro Sul
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