Os criminosos já se preparavam para matar o
garoto e, em seguida, queimar seu cadáver num "micro-ondas´, isto é, ele
seria carbonizado envolto em um colchão em chamas. As cenas da
violência chocaram os próprios PMs. O garoto estava topado, tinha uma
corda amarrada no pescoço e estava amordaçado. Dois envolvidos na
tortura e no plano de execução sumária acabaram sendo presos, entre
eles, outro adolescente.
Acaso
O
assassinato somente não se concretizou por um acaso. Eram por volta de 3
horas quando a patrulha RD-1123 do Ronda do Quarteirão fazia ronda pelo
bairro e, ao passar pela Rua Olavo de Andrade, três pessoas saíram
correndo do beco ao avistar a viatura, deixando uma casa com as portas
abertas.
Os policiais perseguiram os três suspeitos e detiveram,
dois deles. Em seguida, acharam estranho a casa estar com as portas
abertas àquela hora. Além disso, ouviram gemidos e decidiram entrar no
imóvel, foi, então, que se depararam, com as cenas de tortura.
O rapaz
seria morto por estar ´devendo´ aos traficantes do bairro, por ter
comprado 15 gramas de crack e não pagou. Os suspeitos detidos
confessaram que pretendiam matar o adolescente, por conta de uma dívida.
"É muito difícil matar uma pessoa por conta de uma pequena quantidade
de droga. Tem algo de mais grave nessa história, mas a vítima está
visivelmente com medo e nada falou", disse o soldado Oliveira.
Dois
dos três torturadores, Rafael Souza Silva, 21, e o comparsa dele, um
adolescente de 16 anos, confirmaram o plano de matar o garoto, mas não
revelaram o nome do mandante, que, provavelmente, seria o traficante que
controla a venda de drogas no local. Na casa, completamente mobiliada,
os PMs encontraram 14 ´dólares´ de maconha.
Os soldados Oliveira,
Alan, Renan e L. Barros, que participaram do cerco, conduziram os
detidos para a delegacia. O dono da casa não foi identificado.
FERNANDO BARBOSA
REPÓRTER
Diário do Nordeste
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