O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) pediu nesta
quarta-feira (10) a quebra dos sigilos telefônicos e telemáticos do
governador Cid Gomes (PSB) e de seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes
(PSB). Em pronunciamento pela liderança do PR na Câmara, o parlamentar
carioca afirmou que expediu ofício para o ministro da Justiça, Eduardo
Cardozo, pedindo que a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da
República investiguem o envolvimento dos irmãos em suposto esquema de
espionagem no Governo do Estado.
“Se isto for verdade, tenho certeza que é uma coisa que envergonha
todos os cearenses, independente de partido (…) usar polícia para
política é coisa do fascismo e do nazismo”, disse Garotinho. O deputado
também leu trechos de supostos e-mails de Cid que tratariam da
contratação da empresa Kroll para espionar o ex-prefeito de Maracanaú,
Roberto Pessoa (PR). O carioca é líder do partido de Pessoa na Câmara, e
teve reunião com o ex-prefeito nessa terça-feira (9).
Presentes no plenário, os deputados cearenses Antônio Balhmann (PSB) e
Mauro Benevides (PMDB) saíram em defesa de Cid. “Na mesma hora em que
essa denúncia foi feita, o governador foi à Assembleia e apresentou os
fatos, que hoje são encobertos em torno dessa armação (…) na verdade, o
e-mail do Palácio do governador que foi invadido”, disse Balhmann.
Garotinho questionou a fala do deputado cearense. “Ao dizer que ele
(Cid Gomes) sabe que teve seus e-mails violados, ele admite que os
e-mails em questão são verdadeiros”, disse. Balhmann tentou fazer
tréplica ao questionamento do carioca, mas teve o microfone cortado pela
Mesa Diretora da Câmara.
Eudes Xavier (PT), autor da acusação, na última quinta-feira (4),
negou perseguição contra o governador afirmou que queria apenas que a
denúncia fosse investigada. “Queria era que isso virasse peça de
investigação da Polícia Federal”.
Reação
Na última sexta-feira (5), Cid foi à Assembleia se defender da
acusação. Na ocasião, negou espionagem, denunciou que teve seus e-mails
vasculhados e anunciou investigação sobre o caso. “Se eu sou capaz de
contratar empresa de espionagem para espionar quem quer que seja, me
prendam. E eu vou renunciar ao meu mandato”, disse.
O governador ainda ironizou a suposta contratação da americana Kroll.
“Eu tenho mais intimidade com a IMF (força fictícia do filme ‘Missão
Impossível’) do que com essa Kroll (…) todos os contratos do Governo são
públicos. Olhem lá e vejam se tem alguma Kroll”, disse.
O POVO Online
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