Porém, segundo a assessoria de comunicação da Coelce, até o fechamento desta edição, às 3h da madrugada, horário local, a Companhia não tinha como informar a previsão de restabelecimento total.
Devido ao blecaute, um incêndio de médias proporções atingiu o Hotel Praiano na Beira-Mar, por volta da 01h30. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo foi causado por um “superaquecimento do gerador em virtude da sobrecarga de trabalho, ficando confinado apenas na casa de máquinas”.
Duas viaturas de combate ao incêndio, dois de salvamento, e cerca de 40 homens foram enviados ao local. O fogo foi controlado em dez minutos, conforme o Capitão Mauro Oliveira. Segundo ele, entre hóspedes e funcionários do hotel não houve registro de feridos.
Na Capital, o cenário ficou semelhante ao que ocorreu em 3 de fevereiro do ano passado,
quando um blecaute atingiu todos os estados do Nordeste.
Pelas ruas, motoristas dirigiram com cautela porque os semáforos estavam todos desligados. Locais movimentados como a Beira-Mar e a Praia do Futuro ficaram, em poucos minutos, praticamente desertos. Logo após a falta da luz, grupos de pessoas que estavam em barracas da Praia do Futuro deixaram rapidamente o lugar. Estabelecimentos comerciais de Fortaleza fecharam as portas e alguns equipamentos de cartões de créditos ficaram fora do ar.
Conforme a Central de Atendimento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), a demanda ficou “conturbada”. As pessoas pediam informações sobre o blecaute. A central informou que as ocorrências estavam “pouco acima do normal” para a madrugada, mas se restringiram, até às 2h30, a furtos e roubos.
Aeroporto
Pouco antes de 1 hora da madrugada, o balcão da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que, entre 00h37 e 7h de hoje, haviam 21 voos programados e nenhum, até aquele momento, estava cancelado. No local, o movimento foi tranquilo, e as companhias aéreas se mantiveram realizando os check-ins dos passageiros que não apresentavam sinais de preocupação.
Até a meia noite, a recepção do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) informou que a instituição não foi atingida porque os geradores estavam funcionando. Na Santa Casa de Misericórdia, a iluminação externa não estava ligada, porém, no local, funcionários informaram que e os setores da Unidade de Terapia Intensivo (UTI), o centro cirúrgico e a hemodiálise estavam mantidos à basede gerador.
Ligações telefônicas também foram prejudicadas e, em alguns momentos, era preciso tentar duas ou três vezes para que o contato fosse completado. Porém, algumas chamadas caíam no meio do diálogo.
Mais informações podem ser conferidas, ao longo do dia, no Diário Online e na edição de amanhã do Diário do Nordeste.
Falta de energia é comum na região
Na madrugada de hoje, apesar dos sinais desligados, motoristas não tiveram dificuldades para trafegar nas principais avenidas da Capital FOTO: REUTERS
Na madrugada de hoje, apesar dos sinais desligados, motoristas não tiveram dificuldades para trafegar nas principais avenidas da Capital FOTO: REUTERS
O Nordeste tem enfrentado problemas frequentes no fornecimento de energia nos últimos dois anos. Desde 2010, este foi o quarto apagão consecutivo que atingiu parcialmente os estados da região.
No dia 22 de setembro, Ceará, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe sofreram com a falta de energia durante cerca de 30 minutos, afetando cinco milhões de pessoas. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pelo Sistema Interligado Nacional, a falha provavelmente teria ocorrido em um transformador, na interligação Sudeste-Nordeste e Norte-Nordeste.
Na época, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, lamentou os transtornos causados pela falta de energia e prometeu providências para combater novas perturbações no sistema elétrico brasileiro.
Em 3 de fevereiro de 2011, problema idêntico atingiu 13,5 milhões de pessoas em sete estados, entre eles o Ceará, em alguns deles por mais de três horas. A falta de energia foi causada por uma queda na linha de transmissão entre as cidades de Sobradinho (BA) e Petrolândia (PE). O problema afetou a subestação da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga (PE). As usinas de Xingó e Paulo Afonso, na Bahia, também foram afetadas.
Um ano antes, em 10 de fevereiro de 2010, um apagão atingiu parcialmente os estados nordestinos, além do Pará e Tocantins. A falta de energia, que durou cerca de 40 minutos, foi consequência de uma pane que ocorreu na linha de transmissão que interliga o Norte e o Nordeste e provocou o desligamento em cascata do sistema.
Entre 2001 e 2002, o Brasil sofreu com a “crise do apagão”. Represas ficaram vazias por conta da falta de chuvas, prejudicando a geração de energia. Devido à crise, a população teve de racionar energia.
Blecaute faz surgir na web comentários xenófobos
O apagão que atingiu os estados da região Nordeste e Norte, na madrugada de hoje, ficou entre os assuntos mais comentados nas redes sociais. A população usou várias ferramentas para relatar o problema.
O apagão que atingiu os estados da região Nordeste e Norte, na madrugada de hoje, ficou entre os assuntos mais comentados nas redes sociais. A população usou várias ferramentas para relatar o problema.
No Foursquare, aplicativo de geolocalização, usuários criaram o “Apagão”, nele era possível fazer check-in, confirmando estar no blackout.
Além de informar os locais prejudicados com a falta de energia, muitos internautas usaram os tradicionais Facebook e Twitter para fazer comentários preconceituosos contra a população nordestina.
No Twitter, um internauta identificado apenas como @HumorNegroo postou o seguinte comentário: “apagão no nordeste e só agora fui descobrir que lá tinha energia elétrica kkkkk”. Já o perfil @hadoucken escreveu: “gente não sei pra que zuar o nordeste pelo apagão quem vê pensa que eles tem tanta coisa assim pra ligar na tomada”.
Os comentários provocaram discussões acaloradas na rede e troca de ofensas. Alguns usuários postaram comentários chamando atenção do Ministério Público a posts considerados ofensivos. Além disso, alguns internautas responderam às ofensas com mais violência.
Em resposta às ofensas, o perfil @ApontandoEstudo disse: “Fazer piada com o #apagao do Nordeste só mostra o quão ignorante você é, apontam estudos”. O perfil @semprebahia também rebateu os preconceitos na rede: “Nessas horas que vemos o preconceito com os nordestinos... Tantas piadas de‘mal’ gosto! Ridículo!”.
O crime de racismo é previsto no Artigo 20 da Lei 7.716, Constituição Federal de 05/01/1989, que trata da prática, indução ou incitação a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia ou procedência nacional.
DN Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário