segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estiagem no Ceará em 2012


Safra perdida. Essa é a realidade da agricultura cearense diante da grave seca que atinge o Estado em 2012. Segundo último levantamento da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce) - realizado entre os dias 1º de janeiro e 25 de maio -, a safra agrícola de sequeiro (cultura que depende da chuva) sofreu uma redução drástica da produção se comparada às primeiras estimativas, quando ainda se acreditava que iria chover normalmente.

Em todo o Estado, a colheita de mandioca e de grãos (algodão, amendoim, arroz, feijão, girassol, mamona, milho e sorgo) sofreu perda de 68,14% em relação ao que era esperado. Comparando com a colheita de 2011, a redução foi ainda maior: 70,37%. De acordo com o levantamento da Ematerce, a principal perda do que era estimado foi do girassol, seguido pelo milho e pelo sorgo. O relatório aponta que a redução gerou um prejuízo de quase R$ 1,5 bilhões.

Levando em conta a safra de todas as culturas (grãos e mandioca), dos 182 municípios avaliados pela Ematerce, 162 sofrem perdas maiores que 50%, dos quais 80 têm perdas acima de 80%. Dos outros 20 municípios cearenses, 15 registram perdas entre 30 e 50% e apenas cinco contabilizam perdas menores que 30%. Se considerado apenas os grãos, apenas três cidades sofrem perdas abaixo de 80% e 179 acima de 50%, dos quais 107 têm perdas maior que 80%.

Toda essa situação, segundo a Ematerce, é causada pelos “baixíssimos índices pluviométricos, pela má distribuição das chuvas e pela ocorrência de veranicos [períodos sem chuvas] prolongados” na maioria dos municípios. Para o diretor técnico da Empresa, Walmir Severo, essa é uma das piores secas que o Estado já viveu, pois “também traz impacto para a pecuária”. “Não houve sequência de chuva que garantisse o pasto. O gado, então, emagrece e é vendido com o preço lá em baixo”, explica.

Chuvas de junho

Apesar de ainda não haver previsão, o diretor técnico da Ematerce afirma que possíveis chuvas no mês de junho pode ser favorável para a agricultura e pecuária, principalmente nos municípios em que as perdas de safra foram menores que 30%, como Itapipoca e Amontada. Mas esclarece: “a chuva nunca vai diminuir a perda. Pode apenas manter no valor que ela está”. E completa: “caso não chova, as perdas podem se agravar”. 

Jangadeiro Online

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