Pela primeira vez, desde 1980, o número de homicídios no Ceará supera
a média nacional. As taxas já vinham crescendo num ritmo bem acima da
média brasileira até chegar a 29,7 assassinatos em cada grupo de 100 mil
habitantes. A média brasileira é 26,2. Os dados estão no Mapa da
Violência 2012, pesquisa realizada pelo Instituto Sangari.
A pesquisa revela também a crescente violência no interior. Enquanto a
Região Metropolitana de Fortaleza teve acréscimo de 7,8% no número de
homicídios em 2010, o interior registrou aumento de 5,5% nestes crimes. E
não só isso. O número de municípios com taxa de homicídios além da
média nacional pulou de 11, em 2000, para 46 cidades, em 2010. Equivale a
25% dos municípios do estado, confirmando acelerado processo de
interiorização da violência.
A resposta simples é apontar para causas estruturais, como se a
violência viesse aumentando em nível nacional. Ao contrário. Nos últimos
10 anos, a média brasileira recuou.
Se pegarmos o recorte de 2007 para 2010, entre dois estados nordestinos, Ceará e Pernambuco, nos deparamos com os disparates. Enquanto a taxa de assassinatos cresceu 30% nos últimos três anos no Ceará, o estado de pernambucano apresentou queda de 27%. Resta claro que o problema é mais gerencial que estrutural.
Para enfrentar essa onda de violência homicida no país, são
necessárias políticas públicas, principalmente voltadas a combater esse
mal no interior do Estado. Precisamos mais discussão sobre como
direcionar as políticas nacionais, estaduais e municipais em torno da
segurança pública. Somente assim seremos capazes de enfrentar de forma
concreta e efetiva os altos níveis de violência que assustam os
brasileiros.
Blog do Lúcio Alcântara
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