quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Haddad cancela viajem ao Recife; AGU leva recurso do Enem ao TRF

O ministro da Educação, Fernando Haddad, desitiu na tarde desta quinta-feira de viajar para Recife (PE), onde apresentaria recurso ao Tribunal Federal da 5ª Região contra decisão da Justiça do Ceará de anular em todo o País 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo a assessoria do ministro, a visita ao TRF foi adiada em razão de viagem do desembargador Paulo Roberto de Oliveira Lima, presidente do órgão.

Mesmo com a desistência da viagem, o recurso contra a decisão judicial deve ser apresentado ainda hoje pela Advocacia Geral da União (AGU). Segundo a assessoria do ministro, uma nova audiência com o presidente do TRF deve ser agendada para amanhã. 

Para o governo, o ideal é que o exame seja reaplicado aos 639 alunos do Colégio Christus, de Fortaleza (Ceará), que tiveram acesso às questões semanas antes às provas, aplicadas nos dias 22 e 23 de outubro. Segundo o governo, a anulação de 13 perguntas das 180 contidas no Enem prejudicará a grande maioria dos estudantes que fizeram o exame. 

O Ministério Público Federal do Ceará pediu à Justiça a anulação das questões depois da constatação de que alunos tiveram acesso antecipado a elas. Os itens estavam em uma apostila distribuída pela escola e vazaram da fase de pré-testes do exame, da qual o colégio participou em outubro de 2010.

O pré-teste é feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), para averiguar se as questões em análise são válidas e qual é o grau de dificuldade de cada uma. Os cadernos de questões do pré-teste deveriam ter sido devolvidos após a aplicação e incinerados pelo Inep.

O MEC confirmou que 13 questões que estavam na apostila distribuída pelo colégio cearense foram copiadas de dois dos 32 cadernos de pré-teste do Enem aplicado no ano passado a 91 alunos da escola. Em entrevista, Maria Inês Fini, uma das idealizadoras do Enem, disse que questões avaliadas em pré-teste não poderiam ser usadas no exame no ano seguinte, pois pegam uma mesma geração de alunos.

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