quarta-feira, 15 de junho de 2011

Indústria no Ceará mantém concentração e salário baixo

Todos os mecanismos e políticas de incentivo governamentais no Ceará voltados à indústria da transformação foram insuficientes para consolidar a interiorização da atividade industrial no Estado e para promover a elevação do nível de rendimentos dos trabalhadores do setor. É o que evidencia o "Mapa do Emprego Industrial: o caso do Ceará". 

O estudo, divulgado ontem pelo Instituto de Desenvolvimento de Trabalho (IDT), demonstra a evolução do emprego industrial e traça o perfil do segmento com base no período de 1999 a 2009.

Conforme o levantamento, 73% dos industriários que atuam em empresas no Ceará recebem remuneração de até 1,5 salário mínimo.

Já o estoque de emprego formal gerado pela indústria de transformação na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) corresponde ao dobro do estoque de postos no Interior. São 158.641 na RMF contra 78.210 empregos formais gerados pelo setor fora da RMF.

Centralização
A concentração das fábricas de grande porte (com quinhentos trabalhadores ou mais), que empregam 41% do estoque total de vagas do setor no Ceará (98.288 dos 236.851 empregos), ocorre nos municípios pertencentes à Região Metropolitana. Das 49 indústrias existentes no Estado deste porte, somente 11 (22,4%) estão fora do perímetro da RMF. São os casos dos municípios de Itapajé (com duas), Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Russas, Iguatu, Paraipaba, Uruburetama, Itapipoca e Sobral (todas com uma apenas).

Para o coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento de Trabalho (IDT) e também autor do estudo, Erle Mesquita, a manutenção dos baixos rendimentos independe da ação governamental, já que as empresas estão cumprindo o que prevê a legislação.

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