O senador Tasso Jereissati (PSDB) avisou ontem que o prazo para o PSDB definir suas estratégias eleitorais se encerra no final desta semana. Num gesto de pressão contra o governador Cid Gomes (PSB), Tasso afirmou que “tendo ou não tendo conversa com o Cid”, o PSDB vai fechar suas definições eleitorais até a próxima sexta-feira.
O senador negou que tenha se reunido com Cid, mas confirmou que vai tentar agendar esse encontro para os próximos dias. “Eu espero ter uma conversa com o governador até o final desta semana. Mas tendo ou não tendo essa conversa, nós (PSDB) vamos ter as nossas definições. Nós não podemos passar dessa semana para termos os nossos rumos e as nossas decisões”, afirmou ele, ao chegar ao hotel Marina Park, ontem à noite, onde palestrou para empresários do setor de postos de combustíveis.
Ao avisar sobre o prazo com o qual o PSDB está trabalhando, Tasso, pela primeira vez, demonstra desconforto com a atual postura de silêncio do governador e pressiona Cid por uma decisão. Sem ter segurança do apoio do governador à sua reeleição, Tasso demonstra uma postura cética em relação a Cid. Instado por jornalistas a avaliar a gestão de Cid como governador do Ceará – cargo que o tucano já ocupou por três vezes – Tasso preferiu não fazer qualquer comentário. Antes disso, o senador já havia criticado duramente a administração da prefeita Luizianne Lins (PT) em Fortaleza, afirmando ser uma gestão de “muita política”.
A definição que Tasso espera de Cid é a posição do governador sobre a disputa para o Senado Federal. Tasso procura ter o apoio de Cid – cuja força política é hegemônica no Ceará – para sua candidatura à reeleição. Cid, porém, mantém o mistério sobre quem apoiará para a segunda vaga, reafirmando apenas sua tendência de apoiar o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) para uma das vagas do Senado. Pressionado por um lado por Tasso, o governador sofre pressão também pelo PT, que vem batendo o pé ao apresentar o deputado federal José Pimentel (PT) como pré-candidato a senador.
“Prepotência”
Ao comentar a passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Ceará, que está acontecendo hoje, Tasso chegou a definir o PT como um partido “prepotente, que faz o que quer e o que não quer nos estados” e estendeu a crítica à presidenciável petista Dilma Rousseff (PT). Ao fazer tais comentários, Tasso se referia a possibilidade de Lula aproveitar a estadia no Ceará para pressionar Cid em favor da candidatura de José Pimentel para o Senado. “Eles fazem o que querem e o que não querem em todos os estados, porque que aqui vai ser diferente? Essa prepotência se tornou uma marca registrada do partido que está no governo”.
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