O bispo de Quixadá, dom Ângelo Pignoli, denunciou ontem, em Fortaleza, ameaças de morte que estaria recebendo. O caso foi comunicado ao coronel Joel Brasil, secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, e a Clarissa Rihl Jokowski, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, da Presidência da República.
Dom Ângelo diz ter recebido quatro telefonemas, dois em sua residência e dois em seu celular. As ligações conteriam críticas ao bispo, terminando com o aviso de que sua morte estaria próxima. No dia 24 de novembro, uma carta anônima em tom de ameaça foi enviada ao bispo.
Na carta, apresentada ontem à Secretaria de Segurança Pública, o remetente se dirige ao bispo como “dom Anginho“ (sic) e diz que o religioso irá para o céu “nas asas de um urubu“. O texto de quatro frases, escrito com vários erros de ortografia, finaliza com o lembrete de que o assassino não tem nada a perder.
O padre Edilberto Reis, da diocese de Quixadá, atribui as ameaças a alguém do movimento “fora Dom Ângelo“, que, segundo ele, ganhou corpo a partir do grupo de apoio à permanência do bispo emérito dom Adélio Tomasin na cidade. O pedido de auditoria nas contas da Faculdade Católica Rainha do Sertão feito por dom Ângelo teria motivado em dom Adélio o desejo de sair de Quixadá. Dom Adélio administrou a Faculdade enquanto foi bispo da diocese, entre 1994 e 2007.
Reis defende que a auditoria foi solicitada por uma questão administrativa e que o bispo não vai recuar “nenhum centímetro“ diante das ameaças. “Pode ser blefe, pode ter partido de um desvairado, mas não se deve ignorar“, argumenta o padre.
O Povo
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