segunda-feira, 26 de maio de 2008

Homem mora há 6 meses em jazigo com pais mortos

Um jazigo no Cemitério Ana Rosa de Paula, em Jaú, interior de São Paulo, tem um habitante com uma história inusitada no município com pouco mais de 125 mil habitantes. Ao contrário dos outros 80 mil enterrados em mais de dez mil sepulturas, o pedreiro e armador de ferragens Nelson Alves, 58 anos, está vivo e, há cerca de seis meses, mora dentro do túmulo da família, junto com o pai, a mãe e uma irmã já falecidos.
Alves não sabe o dia exato em que teve a idéia de trocar o banco de uma praça da cidade por uma das cinco gavetas vazias da sepultura. "A minha irmã morreu há alguns meses e, desde então, passei a morar na rua. Como na praça só tinha gente usando droga e eu não sou disso resolvi vir morar no cemitério porque isso aqui me pertence", diz o pedreiro que também abandonou a profissão e aguarda a aposentadoria.
O jazigo tem oito espaços para comportar os mortos da Família Alves. No lado direito estão enterrados, de baixo para cima: sua mãe, seu pai e a irmã. "Eu durmo aqui em cima da minha irmã", brinca Alves, que tem apenas um irmão vivo e morando no asilo municipal. "Se ele morrer antes que eu, vai ficar na parte de baixo do túmulo porque esse espaço aqui (a última gaveta do lado direito da sepultura) é meu."

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