
Alves não sabe o dia exato em que teve a idéia de trocar o banco de uma praça da cidade por uma das cinco gavetas vazias da sepultura. "A minha irmã morreu há alguns meses e, desde então, passei a morar na rua. Como na praça só tinha gente usando droga e eu não sou disso resolvi vir morar no cemitério porque isso aqui me pertence", diz o pedreiro que também abandonou a profissão e aguarda a aposentadoria.
O jazigo tem oito espaços para comportar os mortos da Família Alves. No lado direito estão enterrados, de baixo para cima: sua mãe, seu pai e a irmã. "Eu durmo aqui em cima da minha irmã", brinca Alves, que tem apenas um irmão vivo e morando no asilo municipal. "Se ele morrer antes que eu, vai ficar na parte de baixo do túmulo porque esse espaço aqui (a última gaveta do lado direito da sepultura) é meu."
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