terça-feira, 25 de março de 2008

Portador de tuberculose poderá ter Bolsa-Família

O Ministério da Saúde discute com o de Desenvolvimento Social e Combate à Fome condições para que portadores de tuberculose possam receber o Bolsa-Família, informou Draurio Barreira, coordenador do programa nacional de combate à doença. Segundo ele, a idéia é que o benefício, que hoje atende a 11 milhões de famílias em situação de pobreza, seja associado à ampliação do diagnóstico, à adesão ao tratamento e à taxa de cura.
"Essa é uma decisão delicada por duas razões: a primeira, porque não podemos correr o risco de aumentar a discriminação e o estigma ligados aos doentes com tuberculose, associando-os automaticamente a um benefício social. Segundo, temos de garantir formas de benefícios que estimulem a cura e não a permanência da doença, sob pena do benefício ser um desestímulo à cura", disse Barreira.
De acordo com ele, o benefício, cujo valor atualmente varia entre R$ 18 e R$ 172, só deverá ser ofertado aos pacientes após as eleições municipais, em outubro, para evitar acusações de uso eleitoral. Hoje, o programa beneficia famílias que atendem condicionantes nas áreas de educação e saúde.
Atualmente, o Brasil é um dos 22 países com maior número de doentes de tuberculose – está em 16º lugar, apesar de a doença ter cura e o País oferecer tratamento gratuito.
É consenso que determinantes sociais, como falta de moradia e alimentação adequadas, têm direta relação com os cerca de 80 mil novos casos registrados por ano no Brasil.
A taxa de cura é de apenas 77%, enquanto o ideal seria 85%, e o índice de abandono do tratamento é ainda alto: 13%, enquanto o esperado era 5%. O maior risco do descontrole da doença são as formas resistentes da tuberculose, que podem não ter cura.

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