quinta-feira, 21 de julho de 2022

Campo de Concentração que abrigou 16 mil retirantes no Ceará deve ter prédios e ruínas tombados


Ruínas e prédios que testemunharam um dos episódios mais tristes e emblemáticos da história do Brasil, em Senador Pompeu, a cerca de 270 km de Fortaleza, devem ser tombados pelo Governo do Ceará. O campo do Patu, que chegou a ter 16 mil retirantes, é um dos 7 campos de concentração criados no Ceará na seca de 1932. É o único cujos vestígios físicos ainda existem. No dia 26 de julho, o Estado definirá se mais um passo será dado na conservação desse patrimônio tão relevante à memória social do país.

Os campos de concentração de retirantes da seca foram erguidos no Ceará em momentos históricos distintos: em 1915 e 1932. O de Senador Pompeu, assim como os demais, funcionou como espaço de aprisionamento para quem tentava fugir da miséria provocada pelos intensos períodos de estiagem.

Essas estruturas foram espalhadas estrategicamente em rotas de migração no Ceará, próximas às estações ferroviárias. Além de Senador Pompeu, existiram também no Crato, em Quixeramobim, em Cariús, em Ipu e em Fortaleza - essa última com três áreas do tipo, sendo 2 na seca de 1932.

A ideia, executada pelo próprio poder público, tentava impedir que os flagelados das secas chegassem a Fortaleza. No caso das experiências na Capital, evitar que os migrantes se espalhassem pela cidade. Juntos, os campos, conforme registros da imprensa da época, em abril de 1932, chegaram a ter 72 mil pessoas aglomeradas nos espaços em condições subumanas.

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