quinta-feira, 13 de maio de 2021

AGU pede ao Supremo que garanta direito de Pazuello de ficar calado em depoimento à CPI


A Advocacia-Geral da União acionou o Supremo Tribunal Federal para garantir que o ex-ministro Eduardo Pazuello possa ficar em silêncio quando julgar que não precisa responder a perguntas feitas por senadores durante seu depoimento à CPI da Pandemia. A AGU quer também garantir que ele fique imune à ameaças, como prisão. 

 Pazuello deveria ter comparecido para depor na CPI na primeira semana de trabalho, mas sua convocação foi adiada depois que ele disse que teve contato com um ex-assessor contaminado com o coronavírus. Ele pedia um depoimento virtual, o que foi descartado. Apesar de alegar que teve proximidade com pessoas que testaram positivo, Pazuello recebeu o ministro Onyx Lorenzoni. 

Mais longevo ministro da Saúde durante a pandemia, Pazuello participou das negociações de vacinas, inclusive das rejeições de ofertas de laboratórios. Ele presenciou as negativas do presidente Jair Bolsonaro em relação à compra da Coronavac, do Butantan. 

O ex-ministro é investigado por suposta omissão no enfrentamento da pandemia no Amazonas. A apuração tem como foco o colapso da saúde em Manaus, no início deste ano. O Ministério Público Federal aponta que o então ministro Pazuello sabia do iminente colapso no abastecimento de oxigênio medicinal desde dezembro, mas só enviou representantes ao Amazonas em janeiro. 

O ministério também teria atrasado o envio de oxigênio ao estado e, mesmo sabendo do déficit nos estoques, teria optado pelo envio de cloroquina – medicamento sem comprovação científica para tratar a Covid.

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