sábado, 30 de dezembro de 2017

Jornal A Praça: entrevista com o prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavor

Jornal A Praça - Prefeito, esse foi o primeiro ano à frente de um cargo executivo. Como avalia esses 12 meses de gestão?

Prefeito Ednaldo Lavor - Já fui vereador e presidente da Câmara Municipal de Iguatu em duas legislaturas. Trago na bagagem uma certa experiência que me permite administrar o município da melhor forma possível. É bem verdade que encontramos uma cidade destruída, dilapidada, endividada, com muitos problemas, principalmente na área da saúde, porém com muita responsabilidade, zelo e inteligência, estamos conseguindo realizar uma administração de resultados de maneira que os benefícios cheguem para todos com equidade, principalmente para os que mais precisam. Apesar de todos os problemas, posso afirmar para o nosso povo que a avaliação deste primeiro ano foi extremamente positiva. Se o iguatuense parar para fazer uma análise verá os avanços implementados por nossa gestão em 2017.
A Praça - O que senhor considera como principal conquista nesse primeiro ano?

Ednaldo - Acredito que ter resgatado a autoestima do nosso povo foi a grande façanha da administração ao longo deste primeiro ano. Não é novidade para ninguém que a população vivia cabisbaixa com tanta falta de respeito e de oportunidades. Era muita humilhação e sofrimento naquela época. Hoje, a população está feliz. Por outro lado, os empresários e os comerciantes sabem da nossa conduta e têm a certeza de que o prefeito que hoje administra a cidade não vai tomar nada de ninguém, além de ser uma pessoa simples, sabe ouvir e é amigo de todos. Poderíamos destacar algumas obras importantes viabilizadas nesta gestão, porém não significaria nada se o povo não estivesse feliz. Considero, o resgate da autoestima da população uma das principais conquistas nesse primeiro ano de governo.

A Praça - Prefeito, seu primeiro anúncio como gestor, foi à desativação do ‘Lixão da Chapadinha’ com a transferência para outro ponto como: ‘aterro controlado’. Houve a intervenção do MP nesse meio tempo, e até hoje não se apareceu solução para o problema. Aquela decisão no início foi precipitada?

Ednaldo - Nada de precipitada. Precipitado foi construir dentro de uma lagoa um aterro sanitário, com gastos exorbitantes que poderia ter comprometido o lençol freático da região bem como o aquífero encontrado por nossa administração nas proximidades, causando sérios prejuízos à população. A decisão de tirar o lixão da Chapadinha foi um compromisso assumido por mim na última campanha eleitoral. O local escolhido para a colocação dos resíduos sólidos foi devidamente aprovado por técnicos da Secretaria das Cidades que vieram a Iguatu analisar a área e pela própria Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano do Município. Na época, seis locais foram avaliados e considerados apropriados para tal fim. Não fizemos nada sem o devido aval dos técnicos. No momento, estamos trabalhando para trazer para o município uma usina de reciclagem que vai utilizar o material coletado para gerar energia de qualidade. A vinda dessa usina vai gerar também vários empregos diretos e indiretos em Iguatu.

A Praça - A gestão no final do ano conviveu com atrasos dos vencimentos dos servidores, reivindicação de categorias por incentivos e reajustes. O porquê de situações como essas terem ocorrido. E que será feito pra não se repetir, tais condições?

Ednaldo - Primeiro é importante que a população saiba que o orçamento trabalhado durante o exercício de 2017 foi para atender os 12 meses da atual administração. O ex-prefeito deixou o salário de dezembro de 2016 sem ser pago, o que comprometeu a nossa gestão financeira. Fatalmente, isso refletiria nesse final de ano como todos estão podendo observar. A nossa folha é de aproximadamente 8 milhões de reais. Como se não bastasse a falta de compromisso da gestão anterior, ainda fomos traídos e surpreendidos pelo Governo Federal que prometeu e não cumpriu a liberação neste final de ano de um aporte financeiro de quase 2 milhões de reais para auxiliar no pagamento do funcionalismo. Estou trabalhando intensamente com minha equipe para implantar o calendário de pagamento. A partir daí o servidor vai saber exatamente o dia de receber os seus proventos, e mais: têm prefeituras no Ceará que está com quatro, cinco meses de atraso. O nosso atraso foi de apenas alguns dias por falta de dinheiro. Não tem sido fácil honrar com os compromissos da atual gestão e ainda por cima ser obrigado a honrar com os erros do passado. Como exemplo, podemos citar o caso dos consignados que estamos pagando. Fechamos o ano com a folha em dia com relação aos salários dos servidores, inclusive os contratados temporariamente.

A Praça - 2018 é um ano de eleição. Em 2017 o governo municipal pleiteou recursos via emendas com todos os parlamentes votados na cidade. Qual será o seu critério pra declarar apoio no pleito nas eleições estaduais e federais?

Ednaldo - Muito simples. O nosso grupo político está unido e vai ajudar quem estiver disposto a contribuir com o desenvolvimento do município e, consequentemente, com a melhoria da qualidade de vida do nosso povo. De uma coisa temos certeza: não vamos vender o povo como se fosse mercadoria. Iguatu tem mais de 66 mil eleitores. Podemos dizer que a grande maioria desses eleitores acredita e aposta no nosso projeto político. A divisão de votos e apoios que houver é para o bem-estar da nossa cidade.

A Praça - Alguns dos deputados votados no Iguatu, foram citados pela Operação Lava Jato, declaram apoio pelas Reformas da Previdência e Trabalhista. Isso será levado em conta por um eventual apoio?

Ednaldo - O deputado federal que estiver disposto no desenvolvimento de Iguatu e na melhoria da qualidade de vida do nosso povo não terá dificuldade em receber o nosso apoio. Iguatu precisa de investimentos altíssimos em todas as áreas e principalmente na saúde.
A Praça - A sua aliança com o vice-prefeito Marcos Sobreira (PDT) está mantida até a reeleição? Ou existe algum compromisso diferente entre as forças políticas que lhe apoiam?

Ednaldo - O que existe entre o prefeito Ednaldo Lavor e o vice-prefeito Marcos Sobreira é uma relação de muita amizade, compreensão e divisão de responsabilidades. Estamos unidos e focados para realizar a maior administração da história de Iguatu. Marcos Sobreira surge como uma promessa política que vai dar muita alegria ao nosso povo. Ele simplesmente está preparado para assumir o cargo que desejar, e o melhor: conta com o apoio da população. Uma coisa eu deixo bem clara: não haverá racha entre Ednaldo e Marcos por mais que a oposição torça para isso. A nossa parceria está selada para o atual e futuro embates na política. Se isso significa dor de cabeça para a oposição, não podemos fazer nada.

A Praça - Ventila-se que o vice-prefeito, Marcos Sobreira (PDT) saia como candidato à assembleia legislativa. Tem o seu apoio e como observa essa possibilidade?

Ednaldo - A deputada Mirian Sobreira tem sido uma grande parceira da nossa administração na liberação de emendas. Se de repente ela decidir que vai passar o bastão para o filho, Marcos Sobreira, não tenham dúvida, vai contar com o nosso apoio. Diferentemente da oposição, hoje temos nomes sobrando para concorrer a uma vaga na assembleia legislativa. Se as especulações em torno do nome do Marcos estão surgindo é porque ele é bom e está preparado para encarar qualquer desafio.

A Praça - O mercado formal de trabalho em Iguatu chegou a fechar no primeiro semestre como 574 vagas com carteira assinada. Em recente declaração o senhor afirma que a cidade irá gerar aproximadamente 700 empregos no início de 2018. Como a gestão promete reverter esse quadro?

Ednaldo - Sabemos que o país atravessa a maior recessão dos últimos 40 anos e essa crise atingiu o Brasil como um todo. Não tem sido diferente no Ceará. Além de estarmos sofrendo um dos períodos de seca mais longos da nossa história, riqueza e geração de empregos só se consegue numa economia forte. O nosso papel como gestor público é preparar o município para uma arrancada de desenvolvimento com a volta da recuperação da economia. Para isso, precisamos prover os meios para facilitar a vinda de investidores, bem como dar suporte ao pequeno investidor local. Como exemplos de algumas ações pontuais podemos citar a vinda das lojas Americanas. Além do mais, estamos fortalecendo a parceria com a Dakota e com a melhoria do mercado como um todo. Nesse sentido, há uma proposta de geração de novos empregos. O programa “Minha Casa, Minha Vida” no qual estamos participando ativamente para a construção de 899 casas, vem contribuindo e animando o setor da construção civil. Estamos também buscando a vinda de uma rede de distribuição de atacado de alimentos que irá beneficiar toda a região Centro Sul. Já começamos a revitalização do centro da cidade, a exemplo da nova avenida Agenor Araújo com modernos recursos como câmeras de segurança, calçadas padronizadas e iluminação de última geração. Também foi contemplada a área próxima ao mercado público, inclusive com boxes modernos para acomodar os feirantes. Nas áreas da cultura e do lazer, que também geram renda, serão instaladas salas de cinema na antiga Estação Ferroviária. As dificuldades de 2017 estão passando. O ano de 2018 promete ser melhor para todos os setores sociais, produtivos, financeiros e políticos.

A Praça - A economia de Iguatu é impulsionada pelo comércio varejista e bens de serviços. Mas nos últimos anos grandes empresas fecharam as portas ou reduziram o quadro funcional, isso contribuindo para mais famílias desempregadas na cidade. O que o senhor como gestor pode fazer para incentivar e motivar o comércio local?

Ednaldo - Como eu já disse antes com relação à recessão da nossa economia, realmente estamos atravessando essa dificuldade como em todo o Brasil. Esse é o momento de usarmos da criatividade para fazermos muito com pouco. Fomos eleitos assumindo um grande compromisso de fazer a diferença num momento muito difícil em que a crise econômica tem atingido todos os segmentos. Isso repercute também nas finanças da nossa prefeitura e, consequentemente, em menos recursos para investimentos, tanto os recursos próprios, como os de repasse dos governos estadual e federal. Tivemos ainda problemas com nossos recursos naturais, em especial a água, mas dentro das nossas possibilidades fizemos grandes esforços e temos grandes projetos para serem realizados ao longo de nossa gestão. Em 2018 buscaremos fortalecer a qualificação das pessoas, pois daí surgem soluções pessoais e coletivas vindas de novos empregos, novos negócios (é a chamada economia criativa). Contamos também com a recuperação da economia e de todos para enfrentarmos os desafios que virão. É justo e importante destacar as parcerias com os clubes de serviços e outras entidades, dentre elas, o Rotary de Iguatu, a Maçonaria, a CDL, o Sindilojas, a Associação Comercial, o Sine IDT e tantas outras.
A Praça - Iguatu já foi conhecida como a terra do algodão, do arroz e grande produtora de banana. O Senhor não acha que é muito “já foi” para um município de tamanha importância para o Estado? O que a gestão pode fazer para investir mais no campo?

Ednaldo - Iniciamos um planejamento eficiente e impulsionamos o fortalecimento da pasta da secretaria da Agricultura e Pecuária melhorando a sua sede, equipamentos, dando condições de trabalho e valorização profissional aos servidores. Recentemente criamos e o Fundo Municipal da Agricultura que irá fortalecer sua estrutura e equipe, melhorando a assistência técnica com atendimento pontual e de qualidade, proporcionando a inserção de políticas públicas no município que irão fortalecer a Agricultura Familiar ampliando parcerias e convênios com entidades importantes do setor agropecuário. Isso sim, são ações que a gestão vem realizando e com certeza irá avançar na capacitação, na assistência técnica e no fortalecimento de setores tão importantes para o município como a fruticultura, a pecuária leiteira, dentre outros. Realmente tivemos grandes momentos na agricultura de Iguatu em relação à produção de algodão, isso até a chegada do bicudo. Após esse período, a produção do cultivo do arroz que também declinou por conta da escassez de nossos reservatórios, principalmente do açude de Orós. A seca também prejudicou de forma considerável a produção de banana no município, mesmo assim a cidade ainda produz a fruta. Os nossos esforços estão centralizados na tentativa de recuperar produções importantes, principalmente da banana. Acredito que ainda vai ser possível transformar a cidade em uma grande produtora deste alimento. O nosso secretário e técnicos da pasta estão autorizados a buscarem alternativas de sobrevivência no campo. Alguns projetos estão sendo avaliados e outros autorizados para que a situação do sertanejo possa melhorar. Recentemente, conseguimos uma emenda parlamentar para comprar equipamentos agrícolas e isso já passa a ser novidade e ajuda a quem quer produzir. Serão equipamentos sofisticados que podem contribuir de alguma forma com a produção na zona rural. Se não temos o algodão, vamos investir na fruticultura, por exemplo. Queremos e estamos abertos a todas as parcerias que façam bem aos nossos irmãos sertanejos.

A Praça - Por conta da seca, o principal reservatório que abastece Iguatu, o açude Dr. Carlos Roberto Costa, o “Trussu”, não recebeu um bom aporte hídrico, está com menos de 9% da capacidade hídrica. Caso a cidade venha sofrer um colapso hídrico no próximo ano. Como poderá ser aproveitada a água do aquífero do Julião, descoberto recentemente pela sua gestão. Há algum projeto preventivo nesse sentido para que a população não fique desabastecida?

Ednaldo - Temos muita fé de que teremos um bom inverno e não vai haver a necessidade de tanta preocupação por parte da população. Por outro lado, é importante destacar que a prefeitura já está trabalhando para garantir a perfuração do maior número possível de poços profundos no aquífero localizado na região rural do Julião, objetivando garantir o abastecimento d’água na cidade caso tenhamos uma nova seca. Cada poço terá vazão superior a cem mil litros d’água por hora. Resta saber se o aquífero tem condições e capacidade suficiente para atender a população por um período de 30, 40 ou 50 anos. Inclusive, vamos fazer um estudo para não corrermos nenhum risco de faltar água na cidade.

A Praça - Iguatu, a terra da água boa, mas não tem mais tanta água boa assim. O que é visto todo dia é degradação desenfreada ao meio ambiente, principalmente ao rio Jaguaribe e nas lagoas, entre elas a da Bastiana, que é visível a poluição, aterramento entre outras ações negativas que contribuem para a “morte” desse manancial. Existem ações para frear esses crimes?

Ednaldo - Com relação ao Rio Jaguaribe, por se tratar de uma área de impacto regional, a fiscalização da extração dos recursos minerais e a preservação do rio é feita pela Semace. O Município de Iguatu nasceu e cresceu no entorno de Lagoas e com isso temos um conflito direto do crescimento urbano com a preservação e utilização dessas lagoas. Para ordenar esse crescimento de forma sustentável, preservando os corpos hídricos e permitindo o crescimento de nossa cidade resolvemos finalmente encarar esse problema e delimitar as Áreas de Proteção Permanente das 5 principais lagoas. No caso, as lagoas da Bastiana, do Julião, do Cocobó, do Iguatu e do Itans. Durante anos, os gestores não deram a devida atenção para elas e nós estamos em processo de delimitação das APP’s e criação das Apa’s dessas lagoas, dando assim o uso ordenado dos entornos, zoneando as proximidades e dando a capacidade da urbanização e proteção de cada uma. Não se preserva tais mananciais sem ordenar o uso de cada área. Para 2018 pretendemos concluir os trabalhos de zoneamento e manejo dessas áreas tornando-as preservadas e dando aos iguatuenses que possuem terras às margens desses mananciais a possibilidade de utilizar seus terrenos de forma harmônica com a natureza e também de desenvolver o crescimento do município.

A Praça - Iguatu só tem cerca de 17% de saneamento básico. Há projetos para melhora o sistema de esgotamento sanitário da cidade?

Ednaldo - Saneamento básico é algo muito importante e de extrema preocupação da nossa gestão, tendo em vista que a ausência de saneamento básico aumenta o aparecimento de doenças e tem um impacto direto sobre a saúde da nossa população. Infelizmente o nosso município se desenvolveu sem a preocupação com a infraestrutura sanitária básica, esgotamento e drenagem urbana. A cidade foi sendo loteada e pavimentada sem esse cuidado especial. No entanto, não estamos parados. Esse ano o município se inscreve no programa Avançar Cidades (saneamento) buscando financiamento com recursos do FGTS e do Ministério das Cidades no valor de 5 milhões de reais para projetos de saneamento. Estamos estudando parcerias público-privadas para conseguirmos investimentos na área. Tiramos uma inadimplência do município junto à Funasa, que é um órgão que promove o financiamento do saneamento das cidades, inadimplência essa deixada por administrações anteriores em função da construção indevida do aterro sanitário (justamente na área onde descobrimos um aquífero) e também da aplicação indevida de recursos em contratos de saneamento junto ao órgão. Felizmente conseguimos nos isentar das irresponsabilidades das gestões passadas e hoje podemos afirmar que estamos aptos a firmar convênios com a Funasa para atender toda a população que clama pela melhoria do saneamento em nosso município.

A Praça - Sobre a malha viária: Prefeito, quanto o senhor já fez de asfalto na cidade, qual a necessidade atual e como o senhor programa atender a essa necessidade?

Ednaldo - Esse ano nós investimos mais de 1 milhão de reais em pavimentação asfáltica, algo em torno de 2 mil metros quadrados de recapeamento e pavimentação nova. Existe uma equipe permanente junto à Secretaria Executiva realizando pequenos reparos e tapa-buracos nas ruas e avenidas da cidade. Sabemos que tivemos um ano difícil financeiramente. Lutamos para tocar todas as obras que temos com o pouco recurso disponível, no entanto, durante esse ano buscamos em Brasília mais de 3 milhões de reais em recursos para pavimentação que estarão sendo conveniados e licitadas no início do ano. Junto ao Governo do Estado conseguimos mais 2 milhões e meio para pavimentação em pedra tosca para atender às ruas não pavimentadas de diversos bairros. Fechamos uma parceria também com o Governo do Estado para a aquisição de 60 mil metros quadrados de pavimentação asfáltica. O município também se prepara em ganhar a sinalização vertical e horizontal o que vai melhorar de forma satisfatória o trânsito da cidade.

A Praça - Sobre a limpeza urbana: O senhor considera que Iguatu está, hoje, no nível de coleta de lixo ideal? Ou ainda podemos melhorar?

Ednaldo - Não está e nunca vai ficar no nível que sonhamos. Agora trabalhamos muito com toda equipe para manter a cidade sempre limpa e prazerosa para se viver. Quem comparar o Iguatu de hoje com o de antes percebe o grande avanço nesta área. Nada está tão bem que não possa ser melhorado, inclusive na limpeza urbana. Por outro lado, a prefeitura conta com uma estrutura muito boa de veículos coletores e de garis que me permite afirmar que o trabalho está sendo feito a contento.

A Praça - Sobre a saúde: O que destaca como avanço nesta pasta. É verdade que falta Insulina para os pacientes do SUS?
Ednaldo - Zerar a fila de pacientes que necessitavam de cirurgias de catarata e pterígio foi um dos grandes feitos neste primeiro ano. No total fizemos 442 cirurgias, devolvendo dessa forma a visão das pessoas, fazendo com que elas voltassem a enxergar. Os números da saúde são extremamente favoráveis, porém o espaço é relativamente pequeno para apresentar tudo. Em breve, no site da Prefeitura a população terá acesso aos números. No que diz respeito à falta de insulina, que é de responsabilidade do Governo do Estado, uma vez ou outra é perfeitamente possível. Os demais medicamentos estão sempre à disposição dos pacientes tanto na Central de Assistência Farmacêutica (CAF) como nas Unidades Básicas de Saúde. A compra dos medicamentos é feita pelo Governo do Estado até para baratear os custos. Estamos trabalhando com os esforços necessários para acabar com esse problema da falta de medicamento. Inclusive o secretário da Saúde, Marcelo Sobreira, vai implantar um serviço inédito na cidade para que os pacientes que utilizam insulinas recebam nas suas residências sem nenhum custo este medicamento.

A Praça - A principal oposição ao governo continua sendo a liderada pelo ex-prefeito e hoje deputado Agenor Neto (PMDB). O político afirma ter encaminhado diversas emendas nesse ano. Até aqui, a oposição mais ajudou ou atrapalhou no seu governo?

Ednaldo - Na teoria, é simples dizer que o deputado enviou emendas para Iguatu. Quero ver na prática onde está esse dinheiro. É bem verdade que ele disponibilizou para o município 500 mil reais para ajudar na Saúde, porém a Prefeitura teve que devolver grande parte do recurso porque foi gasto irregularmente pela administração anterior. O deputado disse que tinha doado umas ambulâncias para Iguatu, até agora não vi esses veículos. O problema é que o deputado fala muito e age pouco. É um velho conhecido da população. Não é à toa que perdeu o poder para nunca mais voltar.

A Praça - Prefeito, quando o Sr. rompeu com o ex-prefeito Aderilo, de quem era vice-prefeito, fez severas críticas ao número de comissionados na gestão e cobrou concurso público. Por que a sua gestão mantém tantos cargos comissionados e por que não anunciou concurso?

Ednaldo - Um dos primeiros atos da nossa administração foi cortar 20% dos salários de prefeito, vice-prefeito, secretários e cargos comissionados. Reduzimos de 63,5% para 53% os gastos com a folha. Só para os leitores terem uma ideia, existiam 800 cargos comissionados na prefeitura e nós diminuímos para 600, sendo que desse total, menos de 150 prestam serviço à municipalidade como comissionados. Lembramos que mais de 60% desses servidores pertencem ao quadro de efetivos da Administração. A nossa ideia é fazer um cadastro de reserva para que a Prefeitura contrate para o serviço público apenas o número de servidores necessário. Os contratos temporários feitos pela atual administração obedecem aos rigores da Lei. Não vai acontecer com Ednaldo Lavor o que aconteceu com um ex-prefeito que foi condenado pela Justiça por contratar irregularmente.
A Praça: Prefeito, secretários se envolveram em polêmicas nas redes sociais, atentando tanto a imagem deles quanto a da gestão. O senhor tolera tais atitudes? Por que não veio a público nenhuma nota oficial sobre as polêmicas? A população não merece uma explicação?

Ednaldo - Jamais me envolveria com essa baixaria de Internet que na maioria das vezes é patrocinada por adversários políticos e, em outros casos, de cunho pessoal. A nossa administração está focada nos problemas que afligem o povo. Quem nos conhece sabe que o nosso tempo para fofoca está curto. A população está atenta e sabe discernir tudo isso. Essas montagens com o intuito de desmoralizar os cidadãos de bem não contam com o meu apoio. A hora é de avançar. Iguatu de um novo tempo não pode se curvar para essa baixaria que não leva a nada.

A Praça: O senhor acredita que 2018 pelas perspectivas, promete ser um ano melhor em ações e políticas desenvolvidas, qual a mensagem que deixa ao povo iguatuense?

Ednaldo - Avançamos muito em 2017, apesar de todas as dificuldades. Recebemos um município endividado e isso prejudicou um pouco o nosso desempenho que poderia ser melhor ainda. Como falei, em breve no site da Prefeitura iremos disponibilizar todos os números, secretaria por secretaria, para que a população compare com a ex-administração. 2018 será um ano melhor e de mais avanços. Conseguimos colocar a máquina no trilho e estamos prontos para fazer o trem andar com mais velocidade. Os desafios são muitos, porém com o apoio do povo vamos realizar muito mais. Agradeço aos senhores vereadores, secretários, assessores, todos os servidores da Prefeitura e a população em geral pelo apoio dispensado à nossa gestão. Mais do que nunca percebemos que estamos no caminho certo. Muito obrigado ao povo de Iguatu e desejo a cada um votos de um Feliz Natal e um 2018 cheio de boas novas. Que a luz possa brilhar para todos no ano que se avizinha.

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