quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Planalto teme que Delcídio use mentiras contra o governo e opta por cautela

Aconselhada por seu núcleo político mais próximo, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o governo não deve atacar nem isolar completamente o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira (25) na Operação Lava Jato por tentar obstruir as investigações.

Segundo a Folha apurou, o governo teme que Delcídio use, nas palavras de um ministro, "até mesmo de mentiras" para atacar diretamente o Palácio do Planalto e, por isso, a ordem é ter cautela.
Auxiliares de Dilma foram avisados na noite de terça-feira (24) sobre a prisão do senador. Ao tomar conhecimento dos fatos, a presidente demonstrou preocupação com o efeito que isso teria sobre votações importantes no Congresso e sobre sua imagem e a de seu governo.

Delcídio era um dos principais articuladores do governo no Legislativo, com trânsito entre parlamentares da base aliada e da oposição, e participava da maior parte das reuniões de coordenação política do Planalto, realizadas às segundas-feiras e comandadas pela presidente.

Horas após a prisão do senador, Dilma reuniu em seu gabinete no Palácio do Planalto os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) para fazer uma avaliação do cenário.

Após examinar o conteúdo das falas de Delcídio, gravadas em um áudio entregue à Procuradoria-Geral da República, Dilma ordenou que, oficialmente, o governo dissesse que foi "surpreendido" pelos fatos e defendesse "a autonomia das investigações".

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