segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Para conter crise, Dilma fará reuniões com base aliada

Após semana com derrotas no Congresso, a presidente Dilma Rousseff fará encontros com partidos aliados para "consolidar a base de apoio" e o "ambiente de governabilidade".

Nesta semana, dois partidos, o PTB e o PDT, anunciaram rompimento com a base aliada. O atual cenário de crise política foi o tema central da reunião entre Dilma e 13 ministros da Esplanada na noite deste domingo (9), no Palácio da Alvorada.

"Não estamos negando as dificuldades políticas que estamos enfrentando, mas temos certeza que serão superadas com diálogo. A política é a arte de dialogar, e é isso que o governo da presidente Dilma irá fazer", disse o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) após o encontro.

A reunião ocorre após difícil semana para o governo, com a divulgação de pesquisa Datafolha que mostra a presidente com índice recorde de rejeição (71%).

Os próximos dias não devem ser mais tranquilos. O Congresso deve continuar votando projetos que aumentam as despesas do governo, e novos protestos pelo impeachment da presidente estão marcados para o sábado (16).

O petista cobrou "responsabilidade" do Legislativo e reforçou o discurso de que a presidente irá cumprir todo o mandato de quatro anos para o qual foi eleita. "Não podemos brincar com a democracia", ponderou.

Ele disse ainda que o Congresso deve colocar os interesses da população "acima de qualquer outro interesse", seja ele político-partidário ou de outra natureza.

Na semana passada, sob comando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os deputados aprovaram as contas de parte de mandatos de três ex-presidentes (Itamar, FHC e Lula) e abriram caminho para análise das contas da presidente Dilma Rousseff. A rejeição da contabilidade de 2014 do governo pode dar início a um processo de impeachment.

Cunha também colocou em votação um projeto que aumenta despesas da União em meio a um ajuste fiscal e instalou CPIs que podem desgastar o Planalto.

Neste domingo (9), o presidente da Câmara minimizou seu poder de influência sobre as votações da Casa e afirmou estar ciente do impacto de "sinais equivocados" dos deputados na economia do país.

"A tentativa de alguns de me colocar como vilão das contas públicas por retaliação ao governo não tem amparo na realidade dos fatos", escreveu, em sua conta no Twitter.

Folha Uol

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