O promotor Joathan Machado, da Promotoria de Justiça Militar do
Ministério Público do Ceará (MP-CE), encaminhou ontem à Secretaria de
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) o pedido de abertura de
procedimento administrativo para investigar a possível existência de
milícias e grupos de extermínio atuando dentro da Polícia Militar. O
pedido foi motivado por declarações do ex-governador Ciro Gomes (PSB) no
último dia 20, publicadas na imprensa, acusando o vereador Capitão Wagner
Sousa (PR) de comandar milícia ligada ao narcotráfico na PM. “Estamos
achando essa milícia um a um e vamos cortar a cabeça dessa cobra”, disse
Ciro.
Também ontem, o promotor enviou pedido ao comando da Polícia Militar,
solicitando a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o
envolvimento de militares no protesto de mulheres no último dia 12 de
maio. Neste dia, cerca de 50 mulheres impediram a saída de policiais do
Batalhão de Eventos da PM que iriam ao Estádio Presidente Vargas para
reforçar o esquema de policiamento montado com 660 homens para o jogo
entre Ceará e Fortaleza. O promotor se baseou, para pedir o IPM, em
vídeo veiculado nas redes sociais, no qual o vereador Capitão Wagner
estaria dando suporte à manifestação.
As duas instituições têm prazo de até 40 dias para apurar as
denúncias e remeter as informações ao MP. A partir daí, o promotor irá
se pronunciar, podendo pedir novas investigações ou arquivar os casos.
Em relação ao possível envolvimento de policiais no protesto das
mulheres, se for comprovado a participação de PMs, poderá vir a ser
aberto um processo penal.
O POVO
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