terça-feira, 12 de junho de 2012

CGU aponta irregularidades em 30 mil empréstimos de 2010 no BNB

Pelo menos 30.208 operações de financiamento feitas pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), com dinheiro do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), deixaram de ser cobradas judicialmente por apresentarem irregularidades que vão da concessão à cobrança dos empréstimos. A conclusão é de uma auditoria feita em 2010 pela Controladoria Geral da União (CGU). O documento, que O POVO teve acesso com exclusividade, também faz parte do processo que investiga o desvio de verba pública que a Polícia Federal, Procuradoria da República no Ceará, Ministério Público Estadual e a CGU estão apurando. Os prejuízos para o BNB, segundo os auditores, chegam a R$ 1.098.227.363,89.

O relatório da CGU não se detém só às atecnias burocráticas. O maior volume de ilegalidades detectadas, segundo os auditores, aponta para “falhas graves em todo o processo de concessão de crédito: análise de risco do cliente, viabilidade econômico-financeira da proposta, liberação dos recursos e acompanhamento de aplicação”. Fatores que indiciam corrupção.

Objetivamente, a CGU constatou que a maior parte dos empréstimos feitos pelo BNB era de “operações de crédito em valores incompatíveis com o porte econômico do mutuário, por meio do aceite de garantias superavaliadas”. Além da “ausência de comprovação da capacidade de aporte de recursos próprios, resultando, no caso concreto, na inadimplência” de quem fez o empréstimo. 
 
O POVO

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