domingo, 24 de agosto de 2008

FUNASA ESTÁ IMPLICADA EM ESCÂNDALO DE DESVIO DE VERBAS OCORRIDO EM ACOPIARA

Mais um novo problema para o presidente da Fundação Nacional de Saúde(Funasa), Reportagem do jornal Correio Brasiliense mostra a denúncia que a Funasa liberou um milhão de reais para realizar obras de abastecimento de água em Acopiara. O dinheiro sumiu. O prefeito Antonio Almeida diz em ofício enviado a Controladoria Geral da União(CGU) que a Secretaria de Saúde iria tomar providências. Depois de um ano da promessa, Almeida nada fez. Leia mais sobre esse assunto em matéria do jornal Correio Brasiliense: Tema do dia - Sancria na saúde Água encanada fica só na promessa dos políticos. A verba de R$ 1 milhão destinada a obras de abastecimento de Acopiara (CE) evaporou. A população sobrevive graças a um pequeno açude.

Alana Rizzo Do Estado de Minas

Fortaleza — Sob o sol escaldante do Ceará, moradores da zona rural de Acopiara, a 345km de Fortaleza, enfrentam todos os dias uma caminhada até o açude mais próximo para buscar água. As incontáveis promessas de que a água encanada chegaria à casa de cada morador continuam. Em ano de eleições, são reforçadas pelos candidatos à prefeitura. Mas Natalino Walter da Silva, de 73 anos, já desistiu. “Não acredito mais”, comenta o morador do distrito de Carretão. Ele e a mulher, Maria Cecília Nogueira, de 70, moram há 44 anos na área e estão cansados das desculpas. “Primeiro, foi falta de verba. Depois, não pode porque é ano de eleição. Tem também a mudança no projeto, falta de espaço”, cita. Em frente à casa dele estão 22 manilhas da obra de abastecimento de água que seria feita. Há pelo menos um ano, ele vê todos os dias o esqueleto da obra que iria facilitar sua vida e de outras 12 famílias da região. “Já que não vão terminar, podiam pelo menos tirar isso daí, que fica atrapalhando a passagem”, diz Maria Cecília. A família, por conta própria, construiu um pequeno açude, que serve também aos vizinhos. “Vendi seis gados”, reclama Natalino. Em tempos de seca, o medo ronda a família. “Agora está mais tranqüilo por conta do açude, mas já sofremos muito. Ele colocava os jarros no jeguinho cedo e saía andando, onde encontrasse água trazia. Dormia rezando para chover, para encher os açudes”, recorda Cecília. A poucos metros dali, Josefina Cleide da Silva, de 44, carrega na cabeça a água para a família. É esste esforço que garante o banho e a comida dela, do marido, da sogra e da filha. Quando chega em casa, divide nos jarros a água. “Tem que economizar. Já me acostumei a ir buscar, mas seria muito melhor ter direto em casa”, sonha. No lado oposto da cidade, no Bairro Serraria dos Garcias a obra foi feita pela metade. Há três meses, a caixa d’água começou a funcionar. O projeto previa a retirada da água de um açude, mas por enquanto usam a água de um velho poço. Só que ela é insalubre e não pode ser consumida. Os próximos meses preocupam os moradores, já que o poço seca no fim do ano. A disponibilidade da água também não é muita. “Eles ligam às 7h e por volta das 8h fecham o registro. Então, temos que colocar a água nos baldes e deixar guardada”. Seu marido, o aposentado Francisco Alves, de 65 anos, conta com a ajuda do jegue Pretinho na hora de buscar a água. A obra, segundo ele, não mudou nada sua rotina. “Continuo tendo que ir no açude.”

Construção

Todas essas obras fazem parte de um convênio milionário firmado entre a prefeitura e a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) para construção do sistema de abastecimento de água em sete bairros, assinado em dezembro de 2005. O valor do projeto é de R$ 1.052.776 e durante a fiscalização da Controladoria-Geral da União (CGU) nenhuma estava funcionando. A CGU contesta a dispensa de licitação para a obra. A justificativa da prefeitura é emergência e calamidade pública. No entanto, apesar de a ordem de serviço ter sido emitida em 17 de maio de 2006, até hoje nem todos os sistemas implantados se encontram em funcionamento. De acordo com a Controladoria, para usar esse dispositivo legal a prefeitura deveria solucionar a situação emergencial em 180 dias. O prefeito Antônio Almeida, candidato à reeleição, não foi encontrado pela reportagem para comentar o caso. Em ofício enviado à CGU, em 26 de setembro de 2007, ele diz que determinou ao secretário de Saúde que tomasse todas as providencias relacionadas à obra.

Um comentário:

Unknown disse...

vc lindomar rodrigues que faz parte de outra ala política poderiam deixar de serem perseguidores e tentar ajudar a população acopiarense, e não se preocupar com a administração se realmente fosse constatado o desvio vc acha que o tcm já não teria tomado alguma providência.