quarta-feira, 4 de junho de 2025

Genial/Quaest: Desaprovação de Lula sobe o maior patamar do terceiro mandato

Um dia após chamar a imprensa para uma entrevista coletiva de última hora no Palácio do Planalto — onde tentou destacar resultados positivos de seu governo enquanto enfrenta reveses na política e na economia e o escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) –, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) amarga a pior avaliação desde o início do terceiro mandato, conforme dados da terceira rodada de 2025 da Pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4/6).

De acordo com o levantamento feito pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos, a reprovação do governo do petista chegou a 57%, maior patamar desde janeiro de 2023.  A aprovação, de 40%, por sua vez, atingiu o menor nível na mesma base de comparação e a maioria dos eleitores consideram o atual governo pior do que o anterior.  

A pesquisa da Quaest revela que o desempenho do governo está pior do que o esperado para 45% dos entrevistados. E, para 56% deles, o atual  mandato está pior do que os anteriores . Na avaliação de 61% dos entrevistados, o Brasil está na direção errada e apenas 32% consideram que o país está na direção certa. Além disso, para 44% dos eleitores, o atual governo está pior do que o de Jair Bolsonaro (PL) – percentual acima dos 43% registrados em março e o maior desde o início da série.

Não à toa, a avaliação negativa do governo Lula também atingiu o pico desde janeiro de 2023, de 43%, enquanto 28% responderam regular e 26%, positivo. 

As regiões Sul e Sudeste são as que apresentaram os maiores percentuais de reprovação do governo, de  62% e 64%, respectivamente. O Nordeste segue sendo a única região que aprova o governo, 54%.

Base de apoio em deterioração

Curiosamente a pesquisa apresenta um paradoxo, pois revela queda na percepção negativa dos brasileiros sobre a economia e alta aprovação entre os que conhecem novos projetos oficiais como a isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil e a distribuição de gás de cozinha.

A percepção sobre a economia melhorou, com a avaliação negativa passando de 56%, em março, para 48%, em maio. Para 30% a situação não mudou e, para 18%, houve melhora.  Contudo, a deterioração da avaliação dos principais grupos de apoio do presidente persiste.  

Entre as mulheres, por exemplo, a desaprovação do governo atingiu maior nível desde janeiro de 2023, passando de 53%, em março, para 54%, em maio. Enquanto isso, a aprovação de Lula junto ao público feminino chegou no menor patamar na mesma base de comparação, chegando a 42%. Na edição anterior, o percentual foi de 43%.

Já entre os homens, a desaprovação e a aprovação do governo ficaram estáveis em 59% e 39%, respectivamente. E, para piorar, até mesmo entre os beneficiários do Bolsa Família a aprovação de Lula está caindo, passando de 54%, em março, para 51%, em maio – menor patamar desde o início do governo. 

A reprovação de Lula entre os eleitores evangélicos segue elevada, em 66%, mas abaixo do pico de março, de 67%. Mas, entre os católicos, a desaprovação continua subindo e chegou a 53%, em maio, dado acima da aprovação, de 45%. É a primeira vez que isso ocorre desde o início do mandato do petista.

Na avaliação do cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, um dos motivos para essa contradição é a ampla repercussão de notícias negativas. Metade dos entrevistados respondeu que está vendo mais notícias negativas do que positivas do atual governo. E a principal notícia negativa foi o escândalo de corrupção do INSS, seguido por corrupção, pela inflação e pela má gestão dos gastos públicos.

“A forte repercussão de notícias como o escândalo do INSS diminuiu o efeito positivo da economia e do lançamento dos novos projetos e programas do governo. O eleitor está mais difícil de ser convencido, e o governo ainda não conseguiu atender às expectativas produzidas durante a eleição. O governo está perdendo tempo”, afirmou Nunes, em nota da instituição.

A pesquisa da Quaest foi realizada entre os dias 29 de maio e 1 de junho, e ouviu 2.004 brasileiros de  16 anos ou mais através de entrevistas presenciais que utilizaram questionários estruturados. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%.

(*)Com informação do Jornal Extra

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