A ferrovia Transnordestina, uma das obras de infraestrutura mais aguardadas e que promete gerar mias de 90 empregos no Nordeste, acaba de receber um aporte significativo de R$ 3,6 bilhões. Esse investimento permitirá que a construção avance para sua fase final, com potencial de transformar a logística regional e impulsionar o desenvolvimento econômico nos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco. Estima-se que, a partir do primeiro ano de operação, a ferrovia agregue R$ 7 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) da região anualmente.
Governo Federal investe R$ 3,6 bilhões para acelerar a conclusão da maior ferrovia do Nordeste
O novo aporte financeiro foi viabilizado graças a uma articulação coordenada entre o Governo Federal, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a Casa Civil e a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A concessionária Transnordestina Logística (TLSA) foi autorizada a acessar os recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) após aprovação em reunião da Diretoria Colegiada da Sudene, realizada no dia 4 de novembro.
Os desembolsos acontecerão de forma escalonada: serão liberados R$ 1 bilhão por ano entre 2024 e 2026, além de um adicional de R$ 600 milhões em 2027. Esse cronograma garante a conclusão da fase I da ferrovia, que conecta Paes Landim, no Piauí, ao Porto de Pecém, no Ceará, em um trecho de 1.061 km. Atualmente, essa etapa está 70% concluída, segundo a TLSA.
Transnordestina: A ferrovia que promete revolucionar a economia e logística no Nordeste
Com 1.206 km de extensão total, a Transnordestina é a maior obra linear em andamento no Brasil. Sua construção interliga 53 municípios e tem como meta dinamizar a economia nordestina, oferecendo uma logística eficiente para o escoamento de produtos locais até mercados globais. O secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, destacou o impacto estratégico da ferrovia para a região:
“O Governo Federal está investindo R$ 3,6 bilhões para que o Brasil deixe de perder, a cada ano, R$ 7 bilhões no PIB em uma das áreas mais vulneráveis do país, o semiárido. Esse é um investimento que trará retorno direto para o desenvolvimento do Nordeste”, explicou.
Além disso, Tavares enfatizou que a ferrovia será um vetor de transformação para o setor produtivo local. O transporte mais econômico possibilitará iniciativas como a implementação de perímetros irrigados, antes inviáveis devido aos altos custos logísticos.
90 mil empregos e acréscimo anual de R$ 52 milhões em arrecadação, enquanto o ICMS promete somar R$ 126 milhões anuais já no primeiro ano de operação
A conclusão das obras da Transnordestina também trará impacto positivo para o mercado de trabalho e a arrecadação fiscal na região. Uma pesquisa realizada por consultoria contratada pela TLSA revelou que, ao longo dos 30 anos de concessão, até 2057, a ferrovia gerará cerca de 90 mil empregos diretos e indiretos.
Do ponto de vista tributário, os 53 municípios atendidos pela ferrovia terão um acréscimo anual de R$ 52 milhões em arrecadação, enquanto o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deverá somar R$ 126 milhões anuais já no primeiro ano de operação.
“Além de promover um ambiente mais favorável para negócios e agricultura familiar, a ferrovia possibilitará uma redistribuição mais equitativa da arrecadação, fortalecendo as finanças municipais e estaduais”, explicou Tavares.
Investimento bilionário no projeto ambicioso reforça a viabilidade e segurança financeira da Transnordestina
O novo investimento de R$ 3,6 bilhões faz parte de um pacote maior, que totaliza R$ 7 bilhões necessários para a entrega completa da obra. O orçamento atual da Transnordestina chega a R$ 15 bilhões, sendo que R$ 8 bilhões já foram aplicados.
A Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI) desempenhou papel crucial na reestruturação financeira do projeto, que agora avança com maior previsibilidade e segurança para sua conclusão.
Primeiros carregamentos da Transnordestina em 2025: Conectando sertão, litoral e cerrado
Os primeiros carregamentos comissionados pela ferrovia estão previstos para 2025, conectando os lotes entre Paes Landim (PI) e Iguatu, na região central do Ceará. Trechos intermediários como Acopiara, Piquet Carneiro, Quixeramobim e Quixadá, com 150 km de extensão, já estão em construção e empregam atualmente 2,5 mil trabalhadores.
A integração proporcionada pela ferrovia irá conectar o litoral, o sertão e o cerrado, promovendo maior competitividade para os produtos agrícolas da região e criando oportunidades inéditas para o desenvolvimento local.
Transnordestina: O novo eixo da logística nacional que impulsionará o Nordeste no mercado global
A Transnordestina se consolidará como um dos eixos centrais da logística nacional, especialmente para o transporte de commodities como grãos e minérios, que agora poderão ser escoados de forma ágil para o Porto de Pecém. Essa nova dinâmica trará redução de custos e permitirá que o Nordeste ganhe destaque no comércio exterior.
“O Nordeste tem uma oportunidade única de alinhar sua vocação agrícola e industrial a uma infraestrutura de transporte moderna. Isso terá reflexos diretos na competitividade da produção regional, ampliando horizontes para exportação e geração de emprego”, concluiu Tavares.
Com a finalização da ferrovia, espera-se que o Nordeste entre em uma nova fase de crescimento econômico e social, alavancada por um sistema logístico capaz de atender tanto ao mercado interno quanto às demandas globais.
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