O Ministério da Saúde está investigando quatro mortes suspeitas de febre oropouche este ano no país. Se confirmados, serão os primeiros óbitos registrados pela doença no mundo. A investigação inclui a morte de duas mulheres sem comorbidades, de 21 e 24 anos, moradoras da Bahia.
Com 40 casos confirmados da doença até agora no Ceará, a secretaria de saúde do estado já está realizando ações de combate e monitoramento da doença. Redenção, Palmácia, Pacoti, Mulungu e Aratuba são as cidades onde os casos estão mais concentrados. O alerta da doença é porque estudos estão associando a febre oropouche à microcefalia.
Pesquisadores do instituto Evandro Chagas, associado ao Ministério da Saúde, encontraram evidências de que a febre oropouche pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação.
Com a doença presente em 16 estados do país, o Governo fez um alerta sobre o risco da doença para gestantes. febre, dor de cabeça, dor muscular, tontura, náuseas e vômito estão entre os sintomas da febre oropouche, doença identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. A transmissão acontece pela picada de um mosquito.
Febre do Oropouche
A Febre do Oropouche (FO) é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
Transmissão
A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também.
Diagnóstico
O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. Todo caso com diagnóstico de infecção pelo OROV deve ser notificado. A FO compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.
Tratamento
Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
Prevenção
Recomenda-se:
Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.
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