quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Transnordestina chega em Acopiara até fevereiro, garante TLSA

Os 11 trechos da ferrovia que passam totalmente pelo Ceará continuam avançando. O lote 1 (Missão Velha — Lavras da Mangabeira) foi concluído no primeiro semestre de 2023. No segundo semestre, a TLSA entregou o trecho 2 (Lavras da Mangabeira — Iguatu).

Atualmente, está em construção o lote 3 (Iguatu — Acopiara), com 38 dos 50 quilômetros já concluídos. De acordo com Tufi Daher Filho, a conclusão do trajeto deve acontecer até “meados de fevereiro”.

Na última terça-feira (16), a empresa Marquise Infraestrutura revelou que venceu a disputa na TLSA para iniciar a construção nos trechos 4 (Acopiara — Piquet Carneiro) e 5 (Piquet Carneiro — Quixeramobim). A previsão é de que as obras sejam iniciadas no mês de março, e concluídas em "menos de dois anos", conforme a construtora.

Durante as obras, a empresa espera que sejam gerados até 1.300 empregos diretos ao longo das cidades por onde passará a construção da via-férrea. Não há informações sobre valores de contratação.

Já é de responsabilidade da Marquise a construção dos lotes 1, 2 e 3. Além disso, o diretor-presidente da Transnordestina Logística também confirma que a licitação do trecho 6 (Quixeramobim — Quixadá) está “em processo final” junto às empresas interessadas. 

As obras nos três trechos devem ser feitas simultaneamente, em trajeto de pouco mais de 150 quilômetros entre as três cidades do Sertão Central. Os lotes restantes (6 a 11) devem ser licitados ainda em 2024, concluindo toda a parte de contratos referentes a pré-construção da ferrovia.

"A expectativa é de, neste ano, a gente contratar tudo. É o nosso planejamento, é isso que o acionista espera para pormos um fim nessa construção e passarmos a tratar só de negócios, de trazer indústrias, empresas, geração de emprego e produção para essa região", diz Tufi Daher Filho.

Somente nos trechos que passam 100% pelo território cearense são 527 quilômetros de Ferrovia Transnordestina (não entra no total o trecho entre Salgueiro, em Pernambuco, e Missão Velha, já no Ceará). Desse percurso, 138 quilômetros já foram executados, 26,3% da obra.

Os 389 quilômetros restantes, principalmente no trecho entre Acopiara e o Porto do Pecém, devem custar R$ 6,5 bilhões, como explica Tufi Daher Filho, além dos investimentos em infraestrutura portuária própria. Devem ser gerados, quando a construção atingir o seu auge, milhares de empregos diretos nos canteiros de obras.

Até meados de 2027 chegamos com a obra pronta até o Porto do Pecém, inclusive com a nossa estrutura portuária pronta também. Só nesse trecho do Ceará, nessa parte na qual estamos contratando, é um investimento de R$ 6,5 bilhões, fora o [investimento no] porto, que serão mais R$ 2 bilhões. São vultosos investimentos com uma geração de empregos. No pico dessa obra, vai chegar a nove mil empregos diretos e, indiretos, cerca de 45 mil"

Segundo o gestor da ferrovia, desse total, somente R$ 811 milhões foram liberados através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado em conjunto pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e Banco do Nordeste (BNB). 

A liberação de outros R$ 2,5 bilhões em 2024, que devem vir do FDNE e de empréstimo junto ao BNDES, devem viabilizar a contratação dos cinco trechos pendentes, acelerando o andamento da infraestrutura nas regiões do Ceará.

"A gente tem a expectativa, ainda neste ano, de serem liberados, das fontes existentes, o empréstimo que estamos trabalhando para ver se conseguimos, junto ao BNDES, mais R$ 1,5 bilhão. Temos a perspectiva, ainda neste ano, de colocar pelo menos mais R$ 2,5 bilhões e, com isso, a gente já contrata infraestrutura de todos os trechos [até o Porto do Pecém]. Não é suficiente para terminar, mas é suficiente para dar início a toda a infraestrutura e contratar a obra toda", projeta o diretor-presidente da TLSA.

Segundo Daher Filho, a Transnordestina Logística já investiu R$ 4 bilhões nas obras, além dos empréstimos a serem pagos. "Em 2027, a gente vai estar pleno no início de cargas abundantes para exportação e, quando se traz grãos para exportação, em sentido contrário, vem combustível, fertilizante, tem toda a indústria cimenteira, a parte de contêineres que pode tanto exportar quanto importar, tem o polo gesseiro lá em Pernambuco. Se tiver logística adequada e valor competitivo, acaba colocando isso nos mercados externos de forma super competitiva", disse.

"A logística hoje fica mais cara do que o próprio produto se for de caminhão. Quando se tem transporte ferroviário, que transporta grandes volumes em grandes distâncias e a custos menores, fica competitivo no mundo inteiro", completa.

A TLSA administra as obras da Transnordestina entre Eliseu Martins e Porto do Pecém. O trecho entre São Miguel do Fidalgo e Iguatu, com aproximadamente 630 quilômetros, já está concluído. 

No Ceará, a construção recebeu da companhia o nome de “fase 1”. Quando for concluída a ferrovia no Estado, será dado início à “fase 2”, entre São Miguel do Fidalgo e Eliseu Martins. O trecho tem cerca de 130 quilômetros de extensão.

Diário do Nordeste

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