terça-feira, 18 de abril de 2023

Açude do Governo atinge capacidade máxima de armazenamento, em Iguatu


O vasto espelho d’água, que banha terras no Sítio Açude do Governo, no distrito de José de Alencar, em Iguatu, voltou a encher fazer a alegria dos moradores da localidade. É que o antigo reservatório, construído ainda no tempo do Império, por volta de 1880, atingiu a capacidade máxima de armazenamento, no início desta semana. “Ano passado ele também sangrou. Mas, este ano, diante das chuvas caídas em nossa região, voltou a sangrar de novo. Mas, antes dessas duas sangrias, tinha atingido a capacidade total apenas em 2011. Passou muitos anos seco, com um longo período de estiagem que atingiu nossa região”, contou o comerciário Ricardo Araújo.

Com a cheia, a antiga parede voltou a ficar coberta. O enorme paredão de pedras construído na década de 1880, pelos escravos, com mais de 6 metros de largura, é considerado um patrimônio histórico para os moradores daquela região. O reservatório, conhecido por Açude do Governo, foi uma das primeiras obras públicas edificadas em Iguatu, concluída em 1888. O objetivo, com a construção do açude, foi assegurar reserva de água para as famílias do Distrito de José Alencar e possibilitar o trabalho no campo, com plantio irrigado e a criação de animais, a partir do barramento do Riacho Carnaúba devido às secas. Para os moradores, o manancial ainda cumpre suas funções. “Esse açude tem uma importância muito grande porque abastece praticamente 100 casas em nossa comunidade. É um açude que tem muita serventia para a comunidade porque a gente depende dessa água de inverno a seca, da seca pro inverno. Apesar de estar muito aterrado, é importante para nossa comunidade. Sem esse açude, a comunidade não sobreviveria. Temos um prestígio muito grande por conta da existência desse açude”, destacou o agricultor José Bonfim, morador da localidade.

Na década de 1950, o Governo do Estado, com apoio do Governo Federal, construiu uma segunda parede, distante cerca de 30 metros da primeira, em pedra e cimento, mais alta, ampliando a capacidade do reservatório para 10 milhões de metros cúbicos, assegurando maior oferta de água para os produtores rurais ao longo do Riacho da Carnaúba. Mas, com o passar do tempo, o açude sofreu assoreamento e diminuição de seu volume. Atualmente, segundo batimetria feita pela COGERH, o açude tem pouco mais de 3,5 milhões de metros cúbicos.

Jornal A Praça

Nenhum comentário: