O pré-candidato à presidência Sérgio Moro (Podemos) afirmou que tem conversado com partidos como União Brasil, Novo, Cidadania e PSDB na tentativa de montar um palanque para a eleição de 2022. Em entrevista publicada no jornal Correio Braziliense neste domingo, 5, o ex-juiz disse procurar uma sigla com “visão liberal de economia sem prejuízo de políticas sociais”.
Sobre a possibilidade de assumir um cargo de vice-presidente, Moro afirmou ter clareza que quer liderar a disputa, mas que ainda não há nada decidido. “Acredito na liderança do nosso projeto. Assim como acredito que poderia abrir mão, espero que outros tenham o mesmo entendimento, porque nós precisamos somar”, concluiu.
Ele rejeita o uso do termo “terceira via”, por acreditar que a disputa não deve se sustentar no favoritismo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Terceira via parte do pressuposto que temos dois candidatos inevitáveis e que seriam favoritos, que é o atual presidente e um presidente anterior. Eu, sinceramente, não acredito nisso. Não acho que o Brasil vai ser forçado a ter escolhas tão trágicas assim”, disse, antecipando críticas que fez durante lançamento do livro Contra o sistema de corrupção, neste domingo em Recife.
Na entrevista, o ex-juiz voltou a pautar sua fala no combate à corrupção e à pobreza. Ele afirmou ser favorável a programas de transferência de renda, que, acredita, precisam ser mantidos. Moro também reforçou a sugestão de criar uma agência reguladora com foco na erradicação da pobreza.
“Trazer para essa agência a elite do funcionalismo público brasileiro, para a gente ter políticas transversais, educação, saúde e, eventualmente, o que mais for necessário para remediar essas situações específicas. E atuar no país inteiro”, disse na entrevista. Na opinião do pré-candidato, a agência seria uma política de Estado, e não dependeria da atuação de cada governo.
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