O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba, voltou ontem a bater boca com um dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante audiência. Em oitiva de uma funcionária da empreiteira OAS, Moro chegou a gritar com o defensor Juarez Cirino após várias interrupções.
O bate-boca começou após uma pergunta feita por um procurador da República à funcionária Marilza Marques, responsável pela área de atendimento da empreiteira e que acompanhou as visitas no apartamento tríplex em Guarujá (SP), imóvel investigado na Operação Lava-Jato.
Marilza disse que a mulher de Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, era apresentada como "se o imóvel já tivesse sido destinado". O estopim para o início da discussão ocorreu quando Moro disse que o advogado estava sendo "inconveniente" ao alegar que o procurador não poderia fazer a pergunta.
"A defesa não é inconveniente na medida em que estamos no exercício da ampla defesa", disse o advogado, no que Moro retrucou. "Já foi indeferida sua questão, já foi indeferida sua questão, doutor".
Cirino rebateu, dizendo que "vocês não podem cassar a palavra da defesa", enquanto o juiz disparou que "posso doutor, por estar sendo inconveniente. (...) Já foi indeferida sua questão, já está registrada, e o senhor respeite o juízo".
Quatro denunciados
Moro recebeu denúncia contra o ex-deputado federal André Vargas e outras três pessoas no âmbito da Operação Lava-Jato. A denúncia foi oferecida pela força-tarefa da operação no Ministério Público Federal (MPF).
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