Com aval do Planalto, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) será o relator no Senado da PEC que cria um teto para os gastos públicos.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (26) que essa era a indicação da bancada do PMDB. Eunício disse primeiramente à Folha que "ainda não estava definido", apesar de ponderar que o cargo seria dele caso quisesse. Mais tarde, ele afirmou que aceitaria a relatoria "como missão pelo país".
Eunício não era o plano inicial do governo para a relatoria. O Planalto preferia o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento e um dos principais articuladores no Congresso da pauta econômica de Temer.
Com a crise entre Legislativo e Judiciário, o presidente Michel Temer e alguns de seus assessores temem reflexos negativos no andamento da pauta econômica no Congresso e decidiram monitorar de perto o roteiro da PEC.
Temer pediu, inclusive, que Eunício cancelasse uma viagem que o senador tinha para o Ceará nesta quarta (26) pela manhã e ficasse em Brasília para discutir o tema com ele no Planalto.
Eunício também se reuniu na terça (25) com o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e já havia abordado a possibilidade de ser o relator da proposta.
O senador conta com isso para se credenciar ainda mais para a disputa pela presidência do Senado, em fevereiro do ano que vem.
O anúncio oficial deve ser feito nesta quinta (27) pelo presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), José Maranhão.
A base de Temer conseguiu um acordo para que a PEC fosse apenas para a CCJ, contrariando a oposição, que pleiteava que a proposta passasse também pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), presidida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Aliados de Eunício dizem que, com a CCJ, não há possibilidade de a oposição dizer que não houve debate.
Segundo o roteiro anunciado por Renan, a votação em primeiro turno da PEC deve ser feita em 29 de novembro e, em segundo turno, dia 13 de dezembro.
Folha de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário