O vice-presidente Michel Temer (PMDB) admitiu a aliados que, caso assuma o Planalto, não conseguirá promover um corte no número de ministérios do tamanho que desejava inicialmente.
O peemedebista começou as conversas, às vésperas da votação do impeachment na Câmara, afirmando que gostaria de formular um desenho para o novo governo que "coubesse dentro da Esplanada", numa referência ao espaço que abriga os órgãos do Executivo e conta com 19 edifícios. Sua proposta era resumir a quantidade de ministros, hoje em 32, a algo entre 20 a 22. A conta agora está em 26 –e ainda não fecha.
A dificuldade em fazer o corte é fruto da pressão para acomodar partidos que se aliaram a Temer para garantir a aprovação do impeachment na Câmara, como PP, PR, PSD e PRB. Essas siglas estavam na base de apoio de Dilma Rousseff, mas votaram majoritariamente pelo afastamento da petista.
Há ainda outro problema: ele terá que abrir espaços para PSDB, DEM e PPS, siglas que hoje são oposição, mas fizeram acordos com o PMDB para dar apoio a Temer no Congresso. Os tucanos, por exemplo, já contam com um nome certo na Esplanada, o do senador José Serra (SP), que foi sondado e indicou que aceita o Ministério das Relações Exteriores.
Com isso, para contemplar as outras áreas da sigla, que tem divisões internas históricas, Temer deverá entregar um segundo ministério para o PSDB, dessa vez com indicação selada pela bancada da Câmara, que fará sua escolha sob a batuta do presidente da legenda, senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Nenhum comentário:
Postar um comentário