segunda-feira, 28 de março de 2016

PMDB diz ter 80% de apoio para rompimento

O vice-presidente Michel Temer desembarcará em Brasília amanhã para tentar unificar o PMDB em torno da decisão majoritária de deixar o governo Dilma Rousseff. Segundo a cúpula do partido, já há 80% de apoio para o rompimento.

O governo ainda tenta arregimentar apoio do principal partido aliado, mas admite que a derrota é inevitável. A ofensiva vem em forma de uma "operação de varejo" sobre os demais partidos da base aliada, que também ameaçam seguir os passos do PMDB, no momento em que o governo faz as contas para conseguir o apoio de 172 dos 513 deputados para barrar o processo de impeachment na Câmara.

O objetivo de Temer é fazer com que o PMDB saia da reunião de amanhã unido para um projeto de poder próprio. O principal eixo das conversas do vice será o acerto da situação daqueles que mantêm cargos no governo e não querem abandoná-los.

Na Esplanada, há sete ministros peemedebistas. Temer tenta sair do encontro como um conciliador entre as tendências do partido.

"Michel vai conversar com todo mundo. Ele ficou no Brasil com o único objetivo de conseguir a unidade do partido e do Brasil", disse um aliado do vice.

Entre os sete ministros do PMDB, três, na avaliação da cúpula do partido, devem rejeitar o desembarque: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura) e Marcelo Castro (Saúde). São os ministérios de maior porte, e os nomes são vistos como escolha da presidente. Henrique Alves (Turismo) e Helder Barbalho (Portos) devem deixar seus postos após a reunião. Ambos são considerados ministros da cota de Temer. Mauro Lopes (Aviação Civil) tende a seguir a maioria da bancada de Minas Gerais, que se diz favorável à saída do governo. Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) deve se licenciar da legenda para se manter no cargo.

Os ministros terão como prazo até 12 de abril - 30 dias após a data da convenção do PMDB - para decidir que rumo tomar. "O ideal é que permitam uma licença para os ministros que desejam permanecer ao menos até o dia 12 para vermos como o governo vai reagir", disse um ministro.

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