Por decisão da juíza da 36ª Vara Cível da Capital, Antonia Dilce Rodrigues, três torcidas organizadas estão novamente proibidas de ir aos estádios a partir de ontem. Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF) e Jovem Garra Tricolor (JGT), do Fortaleza, e Cearamor, do Ceará, não poderão comparecer ao Clássico-Rei de amanhã no Castelão, sob pena de pagar multa no valor de R$ 1 mil caso desobedeçam a suspensão da Justiça.
Com a medida, somada ao reforço traçado no plano de ação para o jogo, as autoridades que prestarão plantão no estádio projetam um evento menos hostil e com menor probabilidade de confrontos entre os rivais.
A Polícia Militar terá contingente especial para o primeiro encontro entre Vovô e Leão no ano: 713 homens. No último clássico, válido pela final do Campeonato Cearense de 2015 e que terminou com quebra-quebra e invasão de campo, o efetivo foi de 500 policiais. O novo número, segundo o comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos, tenente-coronel Aginaldo Oliveira, veio para contemplar a melhor distribuição da equipe na cobertura interna e externa do Castelão. O fato de não ter a presença de torcidas organizadas, destaca, traz mais tranquilidade ao serviço da PM. “Sem os adereços, músicas de organizada e bandeiras, o ambiente fica menos tenso e os ânimos se controlam mais”.
Promotor de Justiça de plantão no Clássico-Rei, Antonio Edvando Elias de França acredita que a proibição coíbe a ação das multidões enfurecidas. “A expectativa é de que não haja confronto, pela retirada das torcidas e também pela adoção de medidas reforçadas”.
A suspensão das organizadas foi proposta pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) na última quinta-feira e acatada ontem pela Justiça. A decisão restabelece os efeitos de liminar que valeu de maio de 2013 a junho de 2015. Na avaliação de Edvando, o primeiro período sem os grupos de torcedores foi positivo e só deixa clara a necessidade da ação. “No ano de 2015, enquanto as torcidas estavam proibidas de entrar no estádio, Ceará e Fortaleza jogaram seis vezes. Apenas em uma, que foi na última, deu problema. É o sinal que a gente está no caminho certo”.
Juíza titular do 4º Juizado Especial Cível e Criminal, Maria José Bentes integra o trio de juízes que prestará plantão no Juizado Especial do Castelão. Ela também destaca a melhor logística sem as torcidas organizadas. Mas adianta que não será fácil lidar com o comportamento do torcedor. “Não será um jogo fácil, até pela demonstração do que aconteceu na quarta-feira (Fortaleza x Sport), quando torcidas do mesmo time (Fortaleza) brigaram entre si. Mas temos a esperança de que o pessoal vá para o estádio, desta vez, para torcer e não para arrumar problema”.
Os membros de organizadas não estão impedidos de ir ao estádio. Estão proibidas as referências, materiais ou verbais, às torcidas suspensas.
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