Em pleno recesso parlamentar e enquanto as atenções gerais são conduzidas para a Lava Jato, cresce muito um conjunto de articulações que, se consumadas, mudariam o panorama político em sua parte mais influente na vida nacional. Como maior partido e detentor dos postos mais importantes no Congresso, é natural que o PMDB e seus dirigentes estejam no centro da turbulência. Mas não só os parlamentares.
Mais do que a convenção peemedebista marcada para março, quando será eleito ou reeleito o presidente do partido, foi o próprio Michel Temer a dar oportunidade para algo como um despertar do PMDB. O longo reinado de Temer no partido deve-se, em grande medida, à sua inércia. A ninguém incomodou nesse tempo, pouco falou, o que falou não interessava, quando muito transmitia pedidos de cargos. O partido fracionou-se, deu caminho ao aventureirismo venenoso que associou Eduardo Cunha e o PSDB da Câmara, e assim agigantou a crise, para nada.
Com a hipótese de impeachment de Dilma, Temer pôs em xeque a lealdade de vice-presidente e liberou a sua ambição. Uma jogada individual cuja inabilidade o indispôs com as figuras mais relevantes do partido, tanto mais que se associou a Eduardo Cunha. Afastar Michel Temer na convenção tornou-se objetivo comum aos senadores do PMDB. Meta que satisfaz a maioria dos governadores peemedebistas, que não endossaram a ambição de Temer e há tempos se sentem desligados dele, muito desinteressado dos problemas estaduais.
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