sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Lula sugere a Dilma blindar Levy, mas afrouxando o ajuste fiscal

Em conversa reservada com a presidente Dilma Rousseff, na noite desta quinta-feira (3), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou preocupação com as especulações sobre a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e disse a ela que o governo não pode deixar dúvida sobre a permanência do auxiliar. Mesmo assim, Lula insistiu em que é preciso afrouxar um pouco o ajuste fiscal, para permitir o crescimento da economia.

O ex-presidente também pediu a Dilma que se reaproxime do vice, Michel Temer (PMDB), que ontem, em mais uma rodada de conversas com empresários, admitiu ser difícil um governante resistir mais três anos com popularidade baixa. A frase foi interpretada por petistas como uma tentativa do vice de se credenciar para o lugar de Dilma.

Lula afirmou a Dilma que ela precisa "agir rápido" tanto na economia como na política. Para ele, se o governo perder o apoio do PMDB de Temer e também do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), o desfecho da crise pode ser imprevisível.

O ex-presidente esteve com Dilma, no Palácio da Alvorada, horas depois de ela ter se encontrado com Levy e com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O governo saiu a campo para a operação "segura Levy", na tentativa de abafar a crise, depois que o titular da Fazenda escancarou o mal-estar por se considerar desprestigiado na equipe.

Um auxiliar de Dilma disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" que o ministro da Fazenda só não deixou o cargo, ainda, porque tem "responsabilidade com o país" e por temer o rebaixamento da nota do Brasil pelas agências de classificação de risco e a perda do grau de investimento.

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