terça-feira, 22 de setembro de 2015

Planalto escala ministros para compor frente anti-impeachment

A proliferação das discussões sobre o impeachment no Congresso e a saída do vice-presidente Michel Temer (PMDB) da articulação política levaram a presidente Dilma Rousseff a escalar um time de ministros que atuam diariamente para dissuadir antigos aliados e até opositores de embarcar no movimento por seu afastamento.

Os ministros da frente anti-impeachment se reúnem com parlamentares e dirigentes de partidos de diferentes áreas, fazem apelos pela governabilidade e, muitas vezes, marcam reuniões entre a própria presidente e líderes de legendas que se afastaram do Planalto.

Na linha de frente dessa articulação estão ao menos quatro nomes. Outros dois atuam no mesmo sentido, embora com mais discrição e menos poder de fogo. A ministra Kátia Abreu (Agricultura) ficou com a missão de contornar dificuldades por meio de contato com deputados e senadores da bancada ruralista.

A operação ainda não deslanchou. Em encontro recente com o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), ouviu que a bancada estava insatisfeita e que o problema não era a interlocutora –a ministra–, mas o governo "que não faz o que promete".

Ela também é uma das principais interlocutoras do Planalto com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani. A operação, no entanto, irritou outros nomes do partido, que se sentiram "atravessados" e dizem não reconhecer a ministra como um quadro orgânico do PMDB.

Em outra ponta, Gilberto Kassab (Cidades) tem buscado conter defecções em seu próprio partido, o PSD. Além disso, tem feito reuniões com deputados da oposição, como o PSDB.

Alguns desses encontros têm rendido situações insólitas. Um deputado do PSDB de Goiás relatou a colegas da bancada que estava em uma reunião com Kassab quando Dilma telefonou ao ministro.

Kassab teria informado que estava diante de um parlamentar da oposição. Dilma, então, pediu para falar com o tucano. A presidente teria pedido "racionalidade" e que ele "pensasse no Brasil".

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