O número de ações divulgadas parte de levantamento feito pelo O POVO no site do MP estadual de todos os procedimentos publicados pela assessoria de comunicação que apresentam o termo “operação”. O órgão não possui setor de estatística e não soube precisar a quantidade de intervenções realizadas nos últimos anos, inclusive no que diz respeitos à Procuradoria de Crimes Contra a Administração Pública (Procap) e ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
O POVO apurou que algumas mudanças de procedimentos internos têm dificultado a efetivação de grandes operações, geralmente desenvolvidas em parcerias com outras promotorias do MPCE, com o Tribunal de Contas do Municípios (TCM) e a Polícia Civil.
Agravamento
Uma das mudanças é a distribuição de denúncias. Até pouco tempo, era feita uma prévia separação de municípios para atuação de cada promotor. Dessa forma, era mais fácil acompanhar todas as denúncias e conhecer o histórico de ações contra gestores, servidores e/ou empresas. Nos últimos meses, o formato passou para uma distribuição aleatória, sob o argumento de “preservar o princípio da impessoalidade”. Assim, haveria o risco de alguns casos de corrupção não serem investigados em toda sua abrangência.
O agravamento da estrutura precária, com falta de servidores e técnicos, por exemplo, resulta no avolumamento de denúncias. A série de procedimentos no Poder Judiciário antes de ser iniciada uma ação também é destacado como motivo para a lentidão de alguns processos.
“Não é que a cada ano tenhamos de fazer mais operações. Elas têm um amadurecimento. A ausência de casos que tenham prisões, mandados, não quer dizer que a demanda diminuiu”, afirmou o promotor da Procap, Luiz Alcântara, após debate, na última semana, no qual expôs as deficiências do MPCE. “Mesmo com as dificuldades, a Procap tem buscado corresponder a demanda da sociedade”, pontua.
O POVO Online
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