sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Radialista é executado a tiros durante programa de rádio em Camocim (CE)

A Polícia investiga a execução do radialista Gleydson Carvalho, assassinado a tiros enquanto apresentava o programa Revista Regional, na tarde de ontem, na Rádio Liberdade FM, em Camocim, a 347Km de Fortaleza.

Dois homens armados invadiram o local, renderam a recepcionista e o operador de áudio, interromperam a transmissão ao vivo e efetuaram três disparos contra o apresentador.

De acordo com as testemunhas, era por volta de 12h40 quando um dos homens rendeu a recepcionista, anunciando um falso assalto. O outro comparsa entrou no estúdio e mandou o operador de áudio ficar debaixo da mesa. O homem então disparou três tiros contra Gleydson: um na cabeça e os outros dois na região do peito.
O radialista caiu agonizando, enquanto a dupla fugiu, tomando rumo ignorado, numa moto Broz de cor branca, segundo a Polícia. A Rua José Pereira Félix estava com pouco movimento, já que era horário de almoço, quando os lojistas fecham seus comércios. A vítima chegou a ser levada ao hospital, mas morreu.

Ameaças

O delegado Herbet Ponte, à frente das investigações, começou a juntar as peças do quebra-cabeça sobre a morte do radialista, colhendo depoimentos de testemunhas. Ele não descarta a possibilidade de crime por execução, já que Gleydson apresentava notícias com denúncias.

"Eles anunciaram um assalto mas nada levaram, então configura a execução do Gleydson. Esse momento é de juntar tudo que for informação possível para descobrirmos o que aconteceu. Os depoimentos foram bastante precisos e detalhados, já que os dois homens não esconderam o rosto", afirmou.

O também radialista Autran Santos, amigo de Gleydson, diz que a vítima sofria ameaças, até mesmo ao vivo, durante apresentação de seu programa. "Ele me falava das constantes ameaças de morte, mas dizia não ter medo. As maiores ameaças seriam por perseguições políticas, que segundo ele, dizia ter inimigos pelas constantes denúncias que fazia", afirmou o radialista.

O ex-prefeito de Camocim e advogado de Gleydson, Marcos Coelho, disse estar estarrecido com o ocorrido. "Isso é algo que nunca se imaginou na nossa cidade. É um crime que merece a mais rigorosa apuração possível por parte das autoridades. Camocim quer uma resposta".

A Polícia Militar local reforçou o efetivo com apoio da Secretaria de Segurança Pública, e conta com ajuda do Comando Tático Rural (Cotar). "Toda a região está bloqueada, e policiais civis e militares trabalham agora na captura desses dois bandidos", disse o major Artunane Aguiar, comandante do Policiamento Militar de Camocim.

O vice-presidente da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert), Edilmar Norões, lamentou o ocorrido. "Tal crime deixa a categoria apavorada. Batemos na porta da Justiça e dos órgãos de segurança e eles nos deram certeza da celeridade das investigações". Edilmar Norões afirmou ainda que a instituição acompanhará de perto os afiliados e cobrará da Polícia e dos órgãos competentes as investigações. Segundo ele, o caso será encaminhando à Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).

Diário do Nordeste

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