Uma mulher e um bebê de oito meses foram assassinados dentro de casa de veraneio na madrugada de domingo no município de Paracuru. O principal suspeito é esposo e pai, respectivamente, das vítimas. Marcelo Barberena Moraes, de 37 anos, foi ouvido com o irmão Rafael Moraes e a cunhada Ana Carolina na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Fortaleza, e encontra-se preso.
Adriana Moura de Pessoa Carvalho Moraes, 38 anos, foi encontrada morta com um tiro na cabeça. A bebê Jade Pessoa de Carvalho Moraes, de oito meses, sofreu um tiro nas costas. A bala atravessou o corpo e foi encontrada no chão, próximo ao berço, pela Perícia Forense.
Teria havido um intervalo de horas entre o crime e a comunicação do mesmo à Polícia. Do andar superior da casa na Avenida João Lopes Meireles 1215, Ana Carolina Vilas Boas, cunhada de Marcelo, teria ouvido estampidos que poderiam ser de tiros na madrugada. Somente pela manhã que a Polícia foi acionada pelo marido Rafael Barberena, irmão de Marcelo.
A Polícia Militar foi acionada ao local pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). Os policias do grupamento da Força Tática de Apoio (FTA) foram os primeiros a chegar à casa situada no bairro Campo de Aviação.
Suposto assalto
O relato ao Ciops dava conta de que a casa fora assaltada. Na chegada da Polícia, Rafael, que é médico, explicou ter mexido nos corpos para buscar sinais de vida nas duas vítimas. Inicialmente os policiais tentaram esclarecer o crime de assalto, relatado por Rafael. Foi realizada uma vistoria no local, sendo em uma cerca elétrica e nas portas, que não apresentaram nenhum sinal de arrombamento. Os peritos constataram que nenhum objeto de valor foi levado da residência.
A perita Sônia Silva encontrou, no mesmo andar de baixo em que estavam as vítimas, um revólver escondido no equipamento bebê conforto que estava em cima de uma mesa. Marcelo Barberena, esposo e pai das vítimas, disse não ter percebido nada por ter dormido no quarto ao lado com a outra filha do casal. Todos são de Porto Alegre (RS), embora Marcelo e Adriana morassem em Fortaleza com as duas filhas.
Interrogados
Marcelo, Rafael e Ana Carolina foram detidos e levados à delegacia de Paracuru, de onde foram encaminhados para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Lá, foram ouvidos até a meia noite de ontem pela delegada Socorro Portela. Acompanhados do advogado e visivelmente abalado, Marcelo Barberena.
De acordo com a delegada, foram encontradas divergências nos depoimentos dos três interrogados. "É como se eles tivessem combinado o que iam dizer". Ainda conforme a delegada, Marcelo nega qualquer envolvimento no crime.
"Segundo o Marcelo em depoimento, ele acordou hoje, em que está completando 37 anos, e foi até o quarto onde estava a esposa Adriana e a filha. Começou mexendo pelas pernas, Adriana não se mexia e viu o sangue. Correu desesperado para chamar o irmão, que é médico. Ele não confessou os crimes, apenas que tinha ciúmes da esposa. Mas chegamos à conclusão de que ele é autor dos dois crimes", afirma Socorro Portela.
À delegada, Marcelo disse que em março deste ano o casal entrou em crise, mas que "foi contornado". A Polícia ainda diz que uma mensagem de whatsapp indicaria que o acusado teria confessado o crime a alguém da família. O irmão Rafael Barberena e a esposa Ana Carolina foram liberados após depoimentos. Marcelo foi autuado por homicídio doloso triplamente qualificado. (Colaborou João Neto)
Diário do Nordeste
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