O prazo para que a defesa do presidente da Odebrecht S.A., Marcelo Odebrecht, esclareça o conteúdo das anotações encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular do executivo vence nesta segunda-feira (27).
De acordo com o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, as anotações fazem referências a supostas manipulações nos trabalhos de investigação da PF e da Justiça Federal.
Moro estendeu o prazo até esta segunda a pedido dos advogados, que justificaram o pedido dizendo que precisariam falar com o próprio Marcelo para que ele esclarecesse os fatos.
Preso desde 19 de junho, Marcelo Odebrecht ficou detido 36 dias na carceragem da Superintendência da PF, em Curitiba, e foi transferido junto com outros sete investigados da 14ª fase para o Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no sábado (25).
As várias mensagens também podem fazer referência a outros dois ex-executivos da Odebrecht, presos na 14ª fase da Lava Jato, quando Marcelo Odebrecht foi detido, segundo o juiz.
No smartphone do executivo, conforme o inquérito protocolado na terça-feira (21), foram encontrados os seguintes textos, transcritos no formato original, conforme a Justiça:
"MF/RA: não movimentar nada e reimbolsaremos tudo e asseguraremos a familia. Vamos segurar até o fim Higienizar apetrechos
MF e RA Vazar doação campanha
Nova nota minha midia?
GA, FP, AM, MT, Lula? ECunha? (...)"
Uma análise preliminar sugere que MF e RA são siglas referentes a Silva e Araújo, subordinados diretos de Odebrecht e também investigados por crimes de corrupção na Petrobras, segundo o juiz Sérgio Moro.
A anotação, explica o juiz, indica que ambos estariam sendo orientados a não movimentar suas contas e que, no caso de sequestro e confisco judicial de bens e valores, seriam reembolsados.
"Considerando a aparente gravidade dessas anotações, antes de extrair as possíveis consequências jurídicas, resolvo oportunizar esclarecimentos das defesas dos executivos da Odebrecht, especialmente das de Marcelo Odebrecht, Márcio Faria e Rogério Araújo, acerca das referidas anotações", disse Moro ao justificar o pedido.
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