O gesto mais simbólico de Dilma foi convidar Renan para acompanhá-la ontem na viagem ao velório do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), em Santa Catarina. A presidente quer reduzir a resistência de Renan a Fachin e quis mostrar disposição ao diálogo.
Renan já deixou claro nos bastidores que não fará nada para ajudar o governo a aprovar o nome de Fachin. O presidente do Senado está irritado com o Planalto desde que seu nome foi incluído entre os políticos investigados pela 'Lava-Jato', por suspeita de envolvimento com a corrupção na Petrobras.
Em conversas reservadas, o senador não esconde que gostaria de ver a rejeição do advogado indicado por Dilma, mas admite que não pode fazer campanha aberta contra Fachin por causa do risco que correria se ele fosse aprovado e o novo ministro se transformasse em adversário. Dilma também convocou seus ministros que vieram do Senado ou que têm ligações com políticos para que trabalhem a favor de Fachin, hoje considerada difícil por causa da ligação do advogado com causas progressistas, num momento que prevalece no Congresso uma agenda conservadora.
Na avaliação do Planalto, o futuro do advogado vai depender de seu desempenho na sabatina marcada para hoje em comissão do Senado. Segundo assessores, se ele der respostas a todos os questionamentos, vai abrir caminho para sua aprovação. Caso contrário, avaliam assessores palacianos, a situação de Fachin ficará muito mais difícil. Primeiro, ele precisa ser sabatinado e aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Depois, seu nome será analisado no plenário, o que pode ocorrer hoje ou amanhã. Ambas as votações são secretas.
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