sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Lava Jato: Notas fiscais cobriram pagamento de propina ao PMDB

julio-camargo-710x339Duas notas fiscais entregues pelo delator da Operação Lava Jato, Julio Camargo, ao Ministério Público Federal teriam sido usadas para ‘cobrir’ movimentação de dinheiro de propina no exterior destinada ao empresário Fernando Soares, o ‘Fernando Baiano’, apontado como operador do PMDB no escândalo da Petrobrás. A notícia foi publicada na edição on line do Jornal O Estado de S. Paulo, desta quinta-feira (19).

Segundo a publicação, os documentos foram juntados na quarta-feira, 18, aos autos da ação penal que corre na Justiça Federal, no Paraná, contra Fernando Baiano e o ex-diretor da área Internacional da estatal Nestor Cerveró.

De acordo com as investigações, extratos do banco Merryll Lynch indicam a movimentação de US$ 2,7 milhões de duas empresas de Julio Camargo, entre outubro e novembro de 2010, para uma conta da Devonshire Global Fund, pertencente ao doleiro Alberto Youssef. O dinheiro teria sido usado para pagar a propina devida ao operador do PMDB.

O jornal afirma ainda que Fernando Baiano, preso desde o fim do ano passado, teria pedido propina de US$ 25 milhões para a compra de uma segunda sonda para a Petrobrás, que seria instalada no Golfo do México. Pela compra da primeira sonda, instalada na África, Fernando Baiano havia levado, segundo o Camargo, uma propina de US$ 15 milhões.

Segundo Camargo, com a suspensão pela Samsung de parte do pagamento pelas sondas ele ficou sem dinheiro para repassar a propina e teria recebido um prazo de 6 meses para efetuar o pagamento.

Para cumprir com o acordo, Camargo disse na sua delação que foram feitos contratos simulados de investimentos entre 3 empresas de sua propriedade e a GFD – A Piemonte teria transferido R$ 8,73 milhão, a Treviso, R$ 1,85 milhão e a Auguri, R$ 1,15 milhão. E para completar o valor pedido por Baiano, de aproximadamente US$ 8 milhões, efetuou pagamentos a empresas indicadas por ele no Brasil. Camargo disse não saber se Yousseff repassou os valores ao operador do PMDB, mas como ele não reclamou mais acredita que o acerto foi feito. O PMDB nega qualquer envolvimento no esquema.

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