Para a juíza, os questionamentos atuais são um sinal de que o modelo político vigente no Brasil não deu certo. "Não é possível que uma sociedade viva de sobressaltos éticos e institucionais. Como está, não está bom".
Ela acredita que o Brasil adota um modelo invertido de promoção de mudanças políticas no qual a sociedade pouco participa. "Aqui, o Estado resolve em que momento ele permite que órgãos instituídos pelos dirigentes trabalhem sobre os temas que sejam da sociedade", disse, após afirmar que na Alemanha, a sociedade quem atua e toma decisões políticas.
Uma das principais dificuldades em promover a reforma política, segundo ela, tem relação com os próprios legisladores. "Quem faz a reforma é exatamente quem chegou aos cargos por meio das normas que se pretende mudar. Há muita gente satisfeita com o modelo político que aí está", destacou. Segundo Cármen Lúcia, o papel do STF nesse cenário será de traçar os caminhos que não podem ser tomados na política.
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