A denúncia da revista Veja, edição desse final de semana, sobre uma manobra de membros da CPI da Petrobras para antecipar perguntas aos depoentes exigiu articulações do Palácio do Planalto para evitar desgastes ao Governo Federal e, principalmente, a presidente Dilma Roussef. O caso ganha repercussão e, nesta segunda-feira, a oposição liderada pelo PSDB, DEM e PPS se reúne, em Brasília, para cobrar explicações dos senadores que participam da Comissão Parlamentar de Inquérito. A oposição quer o afastamento do relator da CPI, senador José Pimentel, que, nessa terça-feira, se reúne com outros integrantes da Comissão Parlamentar para falar sobre o assunto.
Aliados do Palácio do Planalto tentaram desqualificar a denúncia da revista Veja, mas mas integrantes da oposição e até da base aliada admitem que a situação pode levar à destituição do senador José Pimentel (PT-CE) da relatoria da CPI. “A providência a ser tomada é o afastamento do relator que, até que se esclareça esse assunto, está sob suspeita de ser um dos participantes da farsa”, disse o tucano Aloysio Nunes, candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves.
Durante reuniões no Palácio do Planalto, a Secretaria de Relações Institucionais, sob o comando do Ministro Ricardo Berzoini, divulgou uma nota para contestar o conteúdo da reportagem da Revista Veja. De acordo com a nota, Paulo Argenta, assessor especial do ministério, teria sido um dos responsáveis pela preparação das questões.
Em um dos trechos, a nota diz que ‘’a Secretaria de Relações Institucionais informa que não elaborou perguntas para uso dos senadores na referida CPI. Questionado, o assessor Paulo Argenta garante que jamais preparou questões que seriam realizadas durante os depoimentos na referida CPI’’.
A ordem no Planalto e na campanha de Dilma é bater na tecla da “disputa política” e da “armação” engendrada pela mídia para tentar vincular a presidente a um escândalo. O discurso oficial é que a CPI sempre foi um “assunto do Congresso”. Segundo a revista, integrantes do governo e senadores do PT treinaram depoentes da CPI, “vazando” as perguntas que seriam feitas e combinando as respostas. Um dia antes do depoimento de José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás, ele e o relator José Pimentel teriam acertado quais seriam as perguntas e respostas. O mesmo esquema teria sido usado com a atual presidente da empresa, Graça Fortes, e com Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional.
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