quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sem tempo ruim

Em outra oportunidade, usei este espaço para dizer da boa proposta do livro Pare de Sofrer Sofrendo de Iranildo Mello, no qual ele aponta como lidar com o sofrimento: perseverar sempre e manter continuamente aceso o lume do otimismo.

Ferido por algumas audições radiofônicas, estou com a impressão de que muitos locutores não só leram o mencionado o livro na ordem natural, isto é, de capa a capa, de 1 a 58, como ainda fizeram leituras não convencionais.

Pelo que ouço, esses cultuadores do derramado e inarredável alto astral devem ter lido Pare de Sofrer Sofrendo do fim para o começo, de baixo para cima, das transversais em xis.

A exaltação é tamanha que não me surpreenderei se em qualquer dia desses ouvir o que segue.

Bom dia, amigo ouvinte. São tantas horas... Repito: são tantas horas. Hoje é o dia xis... do mês ípsilon... do ano zê... Be-le-za!

Hoje o céu está azul, sem uma nuvem qualquer no céu. Hoje é mais um dia desse tempo firme, dessa estiagem prolongada, dessa estiagem que já entra para o quarto ano consecutivo... Di-vi-no!

Hoje o dia está lindo, hoje o dia está ensolarado, hoje o dia está iluminado... Es-pe-ta-cu-lar!

Olha, gente, agora, neste exato momento, no nosso horizonte está havendo uma formação de nuvens, e elas são cinzentas... Es-tu-pen-do!

Meus queridos, está começando a neblinar em nossa terra neste momento... Ex-tra-or-di-ná-ri-o!

Caro ouvinte, agora já é uma chuvinha, na verdade, agora já é uma boa chuva, e ela já começa a demonstrar que não vai parar tão cedo, que vai permanecer por muito tempo... Fan-tás-ti-co!

Gente, os raios rasgam o céu e trovões esbravejam que já não se trata de uma simples chuva! Já é uma tempestade! Fe-no-me-nal!

Que tempestade que nada! Se trata, com certeza, da maior tempestade dos últimos cem anos! For-mi-dá-vel!

É um verdadeiro dilúvio! É bem capaz de morrer gente por causa de tanta água em tão pouco tempo! Mag-ní-fi-co!

O bueiro aqui em frente à rádio já não consegue cumprir a sua função e a água com toda sorte de sujeira, de dejetos, de imundices, já entra em nossos estúdios... Ma-ra-vi-lha!

É água! É água! É água! É muita água... Dá até água na boca! Sen-sa-ci-o-nal!

Francisco Rodrigues
Servidor Público

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