As mudanças que a presidente Dilma Rousseff planejava fazer em dezembro
em seu ministério podem começar antes da hora. A presidente analisa a
conveniência de iniciar as trocas em outubro.
A ideia é fazer tudo em duas etapas: exonerar no mês que vem auxiliares
que não terão papel estratégico na campanha presidencial de 2014, como a
petista Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, e o peemedebista Gastão
Vieira, do Turismo, e tirar em dezembro titulares das pastas mais
estratégicas, como Desenvolvimento e Casa Civil.
Segundo a Folha apurou, a única exceção sendo discutida atualmente é a
do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que será o candidato do PT ao
governo do Estado de São Paulo e hoje comanda o programa Mais Médicos,
uma das bandeiras da campanha de Dilma no próximo ano.
Conforme o desenho atual, Padilha deixaria a Saúde somente no ano que
vem, o que permitiria que aproveitasse o máximo possível a vitrine
governamental para ampliar a exposição de sua imagem.
A mudança na equipe já em outubro providenciaria uma desculpa oficial
para tirar do governo ministros cujos partidos indicam que não vão
apoiar a reeleição de Dilma, caso de Fernando Bezerra, da Integração
Nacional.
Bezerra foi indicado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos
(PSB), que deseja concorrer à Presidência da República no ano que vem.
Hoje aliado ao governo, Campos tem intensificado o tom de suas críticas a
Dilma.
A presidente não tirou ainda os afilhados de Eduardo Campos da
administração federal para atender a um pedido do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, antecessor e padrinho político de Dilma.
Em conversas reservadas, Lula tem recomendado cautela e pondera que, se o
rompimento de Campos com o governo for mesmo inevitável, que seja ao
menos uma separação amigável, mantendo-se as pontes para uma aliança em
eventual segundo turno da eleição presidencial.
Após as trocas de outubro, sairiam em dezembro ministros que terão o
papel de garantir palanque forte para a presidente nos Estados, como o
mineiro Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, e a paranaense
Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil.
No caso de Padilha, há duas correntes no governo e no PT. Uma ala quer
repetir o que foi feito com a própria Dilma antes do início de sua
campanha à Presidência em 2010. Padilha ficaria no governo até abril,
prazo máximo permitido pela legislação.
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